SÃO PAPÉIS velhos de quinhentos anos, mas constituem a grande novidade da 64ª Feira do Livro do Porto. No “stand” do livreiro e alfarrabista Manuel Ferreira vai estar em exposição um conjunto de pergaminhos relativos à cidade medieval, que nenhum investigador ainda compulsou e que poderão revelar-se de valor inestimável para a história do Porto quatrocentista. www totolotek pl zakłady bukmacherskie oferta
Manuel Ferreira seleccionou cerca de uma vintena de documentos para esta mostra, mas o acervo completo integra 93, maioritariamente datados do século XV – o mais antigo remonta a 1317 e o mais recente é de 1458. fortuna zakłady bukmacherskie siedziba O grosso da colecção respeita, por conseguinte, ao Porto contemporâneo do Infante, o que não deixa de ser uma feliz coincidência neste ano de comemorações Henriquinas.
A generalidade dos pergaminhos trata de transacções imobiliárias e outros assuntos relativos à administração de propriedades, quase sempre situadas na velha cidade ribeirinha. E a recorrência com que surgem determinados nomes – em particular o de um certo mercador João Martins Ferreira – sugerem tratar-se de um arquivo familiar.
Os estudiosos que se têm dedicado à historiografia do Porto medieval pouco mais têm podido fazer do que reexaminar as mesmas fontes em que se basearam os seus antecessores: as colecções documentais preservadas nos arquivos Distrital e Histórico da cidade. O aparecimento desta centena de pergaminhos vem, assim, trazer sangue novo à investigação do burgo medievo. automaty online bonus bez vkladu
Como a partir de hoje se poderá constatar na Feira do Livro, Manuel Ferreira apresenta os documentos já decifrados e acompanhados de pequenos textos que sumariam o respectivo conteúdo. E teve ainda o cuidado de organizar índices das personagens e topónimos citados. Além das referências a pessoas , ruas e instituições da época, surgem ainda neste papéis valiosas informações relativas a episódios escassamente documentados, como o do incêndio que atingiu, no século XV, a Praça da Ribeira.
Armindo de Sousa, que tomou a seu cargo o período medieval na História de José Mattoso e que se tem dedicado, em particular, ao estudo do Porto quatrocentista, não teve ainda oportunidade de analisar estes documentos, mas bastou-lhe uma descrição genérica para afirmar que se tratar de “um conjunto extraordinário, uma coisa única”. E o especialista na história da edição em Portugal, Artur Anselmo, admitiu-nos o entusiasmo com que recebera a informação de que um destes pergaminhos refere esse Rodrigo Alvares de quem se crê ter sido o primeiro impressor português. Tal como Armindo de Sousa, Artur Anselmo sublinhou a necessidade de se garantir que esta colecção entre no domínio público e, sobretudo, que não venha a ser adquirida por eventuais compradores estrangeiros. Quem acompanhou o leilão do espólio de manuscritos deixado pelo escritor Alberto de Serpa, promovido em 1988 pelo mesmo livreiro portuense, não tem motivos para duvidar que seja também esse o desejo de Manuel Ferreira.