- Publicações periódicas registaram maior procura
- Forte adesão marcou primeiros dias de venda
A colecção completa da revista “A Águia”, órgão do movimento da Renascença Portuguesa, foi o lote que atingiu o valor mais elevado nos dois dias inaugurais do leilão da biblioteca de Alfredo Ribeiro dos Santos. No lotadíssimo salão nobre da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, vários interessados competiram pela posse da mítica publicação, na qual colaboraram nomes como Fernando Pessoa, Jaime Cortesão ou António Sérgio, fazendo elevar o valor final até aos 4500 euros.
“É uma verba que traduz o valor de uma publicação rara”, sustenta Herculano Ferreira, sócio-gerente da Livraria Manuel Ferreira, organizadora do leilão.
Como se esperava, foram as publicações periódicas, representativas das principais correntes do pensamento da primeira metade do século passado, que atingiram montantes mais elevados, dos 1120 euros da “Athena” aos 570 da “Centauro” ou”Byzancio”, passando pelos quase 800 do boletim “A Arte do EX-Libris”.
Entre os autores, foi Agustina Bessa-Luís que viu uma obra de sua autoria, “Contos impopulares”, bater recordes: 1120 euros.
“À primeira vista, é uma verba supreendente, mas que se compreende com facilidade, porque no local encontravam-se coleccionadores da obra da Agustina a quem faltava precisamente esta primeira edição”, explicou Herculano Ferreira. automaty online apollo
Também as obras de Eugénio de Andrade (em especial “As mãos e os frutos”), Sophia de Mello Breyner Andersen e Ferreira de Catro registaram acesa procura. Abaixo do valor de mercado previsto ficou a antologia “Daqui houve nome Portugal”, que não superou os 180 euros.
Apesar da forte adesão, uma percentagem significativa de livros acabou por ser retirada, dada a ausência de interessados. kasyno online darmowe spiny za rejestracje A reduzida procura afectou sobretudo autores da corrente neorealista, de Alves Redol a Fernando Namora, cuja popularidade é hoje uma sobra da que existia ainda há poucas décadas. totolotek zaklady sportowe
“Orpheu” e “Portugal Futurista” vão à praça no início da semana
Raridades como as revistas “A Águia”, “Byzancio” e “Centauro” já encontraram novos donos, mas, do rol de livros e publicações que vão a leilão nos próximos cinco dias, ainda figuram autênticas preciosidades, que deverão merecer acesa disputa por parte das largas dezenas de potenciais compradores que têm afluído diariamente à Junta de Freguesia do Bonfim. Se as previsões dos organizadores se confirmarem, os dois únicos números publicados da revista “Orpheu”, “Portugal Futurista” e os volumes da “Presença” deverão, pela sua raridade, ser os lotes a registar um valor mais elevado. Nos livros que vão à praça, aguarda-se com particular curiosidade a venda de títulos de Almada Negreiros (sobretudo “k4 Quadrado Azul”), Fernando Pessoa (“English Poems”) ou Miguel Torga, através da venda de livros correspondentes à primeira fase da sua obra.