s “Sonetos” de Antero de Quental vão ser reeditados. A iniciativa pertence à Livraria Manuel Ferreira e a apresentação da obra estará a cargo de Fernando Guimarães. O poeta portuense atribui uma grande importância a este livro, uma vez que permite o contacto com um Antero de Quental na sua origem.
O lançamento do fac-símile dos “Sonetos” de Antero de Quental ocorrerá durante a 4ª Feira Internacional do Livro Antigo, que terá lugar no Museu de Electricidade em Belém, entre os próximos dias 3 e 6, promovida pela Associação Portuguesa de Livreiros Alfarrabistas.
A Livraria Manuel Ferreira aproveitou a ocasião para lançar a edição facsimilada dos “Sonetos”, cuja primeira edição data de 1861. Para apresentar a obra, foi convidado o poeta Fernando Guimarães, que, explicou ao JN as principais características desta “preciosidade.”
“Esta reedição tem todas as características da primeira, considerando o papel e a capa. Foram impressos 500 livros, em duas tiragens: uma de 200 exemplares, acompanhados de um retrato inédito do poeta, em serigrafia assinada pelo escultor José Rodrigues, e estojo próprio em madeira de tola, que não se destina ao mercado; e outra de 300 exemplares, que estarão à disposição do público”, disse Fernando Guimarães.
Segundo o poeta portuense, a obra é constituída por 21 sonetos, precedidos por um prefácio de Antero de Quental dedicado a João de Deus. zakłady sportowe opinie “É um texto muito importante, porque define, nas suas linhas gerais, alguns dos aspectos fundamentais da sua concepção da poesia. O papel, a sensibilidade e uma certa reflexão que deve assumir a poesia são aí tratados e desenvolvidos de uma maneira extremamente lúcida. hraci automaty za kredit ”
Fernando Guimarães sublinha que os “Sonetos” transmitem alguns dos grandes temas da poesia de Antero de Quental, como o amor e referências de um deus desconhecido (“ignoto deo”).
“Este livro chama-nos à atenção para um Antero de Quental na sua origem e esse contacto era extremamente difícil, porque o número de exemplares que há da primeira edição é muito reduzido”, salienta, acrescentando, no entanto, que se trata de uma edição que interessa, sobretudo, ao investigador e ao bibliófilo.
Na opinião de Fernando Guimarães, o caso de Antero de Quental, no panorama literário português, é muito significativo, na medida em que se enquadra na fronteira entre o romantismo que se estava a desenvolver e o modernismo que ainda não tinha chegado.
“Quando Fernando Pessoa procurou dar uma perspectiva da poesia moderna portuguesa, o primeiro poeta que escolheu foi, precisamente, Antero de Quental. legalne kasyno online Apesar de ter surgido depois das primeiras gerações românticas “Almeida Garrett e Alexandre Herculano), nunca na poesia romântica portuguesa se tinha encontrado um momento tão alto e tão forte como aquele que corresponde à poesia de Antero de Quental”, comenta.
E acrescenta: “De certo modo, pode ser definido como um poeta romântico, apesar de não ter estado na origem deste movimento. Só que, enquanto no seu tempo, os poetas tinham ido para uma espécie de ultra-romantismo, Antero de Quental, com a sua poesia, em que há certas referências filosóficas, ultrapassou essa sentimentalidade fácil e atingiu um equilíbrio muito grande”.
Para Fernando Guimarães, Antero de Quental não é um poeta esquecido, lembrando que, recentemente, foi celebrado o seu centenário, um evento acompanhado por vários congressos e pela publicação de diversas revistas dedicadas, precisamente, a Antero de Quental.