Uma novidade anunciada para esta edição da Feira do Livro foi a criação de um sector destinado exclusivamente aos livreiros antiquários. Mas da meia dúzia de comerciantes que no Porto se dedicam à compra e venda de livros usados e raros, apenas dois responderam ao apelo — o livreiro Manuel Ferreira, da Rua Formosa, e a Moreira da Costa (herdeiros) da Rua de Aviz. Sendo a participação diminuta, é também pequeno o espaço que os antiquários vão ocupar no recinto do pavilhão do Palácio de Cristal.
A Moreira da Costa, que vai na quarta geração de livreiros, sem nunca ter saído da família, é das mais antigas representações dos antiquários do certame. Começou logo na primeira edição, em 1931, na Praça da Liberdade, e só deixou de participar quando a Feira se transferiu daquele local para a Praça do General Humberto Delgado. gry kasyno hot spot za darmo Rui Gonçalves, Ângelo Correia e Miguel Correia, os herdeiros, lamentam que não haja mais antiquários a participar na iniciativa, “As condições pareceram-nos aceitáveis e decidimos participar”, disseram ao JN , Miguel Correia considera que o horário do certame “é demasiado longo” e que há muitas “horas mortas”, mas “nada melhor do que fazer a experiência…”
O horário em que vai funcionar a Feira, das 12,30 horas até às 23 horas, ininterruptamente, foi concebido para possibilitar a visita ao recinto de alunos de escolas com o propósito de lhes incutir o interesse pelos livros e o gosto pela leitura.
Nuno Canavez, da livraria Académica, outrora um “crónico” das Feiras do Livro (ainda chegou a estar na Rotunda) é um dos ausentes. Também não está de acordo com o horário estabelecido, mas, para justificar a sua ausência do certame deste ano apresenta outras razões. Não estar filiado na Associação dos Editores e Livreiros que promove a realização da Feira mas, essencialmente, por não concordar com uma alínea do regulamento que proíbe aos livreiros antiquários “a venda, no certame, de obras que tenham a chancela dos editores ali presentes, o que, à partida , significa que não poderia transaccionar uma parte significativa dos livros que normalmente se vendem em iniciativas deste tipo porque as outras, as obras raras e, como tal, preciosas e muito procuradas, essas vendo-as no estabelecimento sem grande dificuldade”. Nuno Canavez promete fazer a sua própria Feira no seu estabelecimento da Rua dos Mártires da Liberdade.
Opinião contrária à de Nuno de Canavez tem o seu colega e amigo Manuel Ferreira, que, além de livreiro, é um conceituado organizador de catálogos, tendo já elaborado centenas deles referentes a importantes livrarias de altas personalidades e bibliófilos. jakie kasyno online É a primeira vez que este livreiro participa na Feira do Livro. “Vou porque acho o programa aliciante. Feira foi concebida em moldes modernos, vai ser mais espaçosa, tem escaparates funcionais, os seus organizadores decidiram apostar no usado, no antigo, mas também na qualidade e eu não quis perder a oportunidade de ter esta experiência e por isso lá estarei”.
Qualidade é a aposta de Manuel Ferreira. Três exemplos: vai ter lá a primeira edição de”Horas de Luta”, de Camilo, obra muito rara porque dela se fizeram apenas 32 exemplares; a primeira edição dos desenhos de Amadeo de Souza-Cardoso, edição de Paris, é outra raridade que o livreiro da Rua Formosa vai levar ao Palácio de Cristal; e ainda um exemplar de “Os Lusíadas”, edição de Emílio Biel de que se fizeram apenas 100 exemplares. Além das raridades, terá no seu “stand” algumas preciosidades como sejam primeiras edições de Camilo, Torga e Régio, além de outros. gry kasyno za darmo