TORRES (Domingos Maximiano) [1748-1810].— A’ MORTE // DO // SERENISSIMO // SENHOR // D. JOSEPH // PRINCIPE DO BRAZIL. // ODE. // Do B. D. M. T. // [vinheta] // LISBOA: // Na Offic. de JOZE’ DE AQUINO BULHÕES // ===== // Anno de 1788. // ‘Com licença da Real Mesa da Commissaõ Geral so- // bre o Exame, e Censura dos Livros In-4.º peq. de 7-[I] págs. Desenc.
Ode de homenagem a D. José, Príncipe do Brasil, filho primogénito da Rainha D. Maria I e de D. Pedro III, que aos 27 anos faleceu, vítima de varíola.
Poeta natural de Rio de Mouro [Sintra], D. Maximiano Torres, tomou o grau de bacharel em Direito na Universidade de Coimbra. “Concluída a formatura, voltou para Lisboa, onde se relacionou com vários poetas ilustres daquele tempo, particularmente com Frtancisco Manuel do Nascimento, com quem sempre, durante toda a sua existência, manteve um trato muito íntimo, até que, pela forçada emigração daquele poeta, em 1778, para Paris, se separaram. […]. Foi sócio da Academia de Humanidades, que depois se converteu na Academia de Belas-Artes de Lisboa, tendo tido ali como consócios os poetas Bocage, Caldas e Barbosa, Joaquim Severino, José Agostinho de Macedo e outros. […]. Como tantos outros do seu tempo, deixara-se fascinar pelas novas ideias filosóficas e liberais dos fins do séc. XVIII e pelos grandes princípios da Revolução Francesa […]. Sobreveio a invasão das tropas de Napoleão em 1807, e Maximiano Torres entendeu, e muitos como ele, que, embora sendo de lastimar os males da Pátria, as invasões serviriam de veículo para abrir Portugal às ideias francesas, das quais até então havia sido cuidadosamente isolado. Não se conteve e, imprudentemente, manifestou talvez os seus sentimentos perante indivíduos que de aí tiraram partido para depois o perseguir, chamando-lhe ‘jacobino’ ou afrancesado. Em 1808, com a expulsão do exército de Junot, iniciou-se uma grande perseguição contra todos aqueles que, não só tinham olhado com simpatia para as águias imperiais, como também, e principalmente, tinham manifestado ideias liberais. E a famosa Stembrizada de 1810 colheu o poeta e muitos dos seus amigos, levando-os para a cadeia. Poucos dias após a sua prisão, foi transferido para o Presídio da Trafaria, onde m. alguns dias depois. O seu amigo Francisco Manuel do Nascimento tinha-o no maior apreço e na colecção das suas próprias poesias encontram-se algumas de Domingos Maximiano Torres […]” [’in’ G. E. P. B. Tomo XXXII, págs. 245]