A ÁGUIA. Revista Quinzenal. Director e Proprietário, Álvaro Pinto. Porto. [a partir da 2.ª série, conheceu diversos directores: Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, José de Magalhães, Leonardo Coimbra, Hernâni Cidade, Teixeira Rêgo, Sant’Anna Dionísio, Delfim Santos e Aarão de Lacerda]. 1910-1932. In-4.º e In-8.º gr. E. e B.
«A Águia», orgão da "Renascença Portuguesa" publicado na sequência da Implantação da República, foi das revistas que maior influência exerceram na cultura nacional, a mais importante do seu tempo e uma das mais notáveis de toda a bibliografia periódica portuguesa.
Daniel Pires no «Diccionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX» faz pormenorizada descrição deste periódico, de onde destacamos o seguinte texto: “A luta contra o obscurantismo, contra as trevas da ignorância, foi efectivamente a pedra de toque da Renascença Portuguesa: fundou cinco Universidades Populares, agitou culturalmente o país, editou profusamente, contando com os melhores autores da época: Afonso Duarte, António Baião, António Sérgio, Jaime Cortesão, Leonardo Coimbra, Raul Brandão, Teófilo Braga, Wenceslau de Moraes, entre muitos outros.
“De uma cisão na Renascença Portuguesa, formou-se o grupo da ‘Seara Nova’, que só se constituiu em revista em 1921.
Colaboração em prosa e verso da maior parte dos grandes vultos da literatura portuguesa da época, dos quais se destacam, entre muitos outros, Fernando Pessoa, Antero de Figueiredo, Augusto Casimiro, Afonso Duarte, Afonso Lopes Vieira, Alfredo Guimarães, António Carneiro, António Corrêa de Oliveira, António Nobre, António Patrício, António Sérgio, Jaime Cortesão, Leonardo Coimbra, Mário Beirão, Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes.
Revista ilustrada com numerosas estampas impressas em separado, cuja colaboração plástica se deve a António Carneiro, Cervantes de Haro, Correia Dias, Cristiano Cruz, Cristiano de Carvalho, Jaime Cortesão, J. Augusto Ribeiro, João de Deus, Júlio Ramos, Luís Filipe, Miguel de Unamuno, Raul Lino, Sanches de Castro e Virgílio Ferreira.
Para mais desenvolvida informação acerca desta importante revista Daniel Pires dá extensa bibliografia de onde destacamos «A Renascença Portuguesa – um movimento cultura portuense» de Alfredo Ribeiro dos Santos ou, de Paulo Samuel «A Renascença Portuguesa – um perfil documental».
Colecção constituída pelas seguintes séries: 1.ª série (de maior formato), 10 números; 2.ª série, 120 números; 3.ª série, 60 números; 4.ª série, 12 números (com o raríssimo 10-11); 5.ª série, 3 números.
Colecção bastante rara e valiosa, especialmente quando acompanhada pelo raríssimo número 10-11 da 4.ª série na sua tiragem original, então apreendido pela serviços de censura e hoje frequentemente substituído por um exemplar policopiado.
A primeira série encontra-se encadernada, estando os restantes números em brochura.