RIBEIRO (P. Mateus).— ALIVIO // DE // TRISTES, // E // CONSOLAÇAM // DE QVEIXOSOS, // Diuidido em quatro Partes: Acrescentado nesta segunda Impressaõ, com hum copioso Index, // Sahe a publico debayxo da protecçaõ, & amparo de’ // MARIA SANTISSIMA, // ‘Mayor honra do Carmo, Soberana Rainha dos Anjos, Mãy de Deos, & // Senhora dos Homens.’ // Autor o P. MATTHEVS RIBEYRO, // Theologo Prégador deste Arcebispado, // & natural de Lisboa. // [florão] // Lisboa. // Na Officina de MIGUEL DESLANDES. // A custa de Antonio Correa da Fonseca, & Manoel Lopes Ferreyra, Mercadores de Liuros na Rua Noua. // ———— // ‘Com todas as licenças necessarias. Anno M. DC. LXXXI. In-4.º peq. de XII-524 págs.
——— QUINTA PARTE // DO // ALIVIO. // DE TRISTES, // E CONSOLAÇAM // de Queixosos, // ‘COMPOSTO’ // Pelo Padre MATTHEUS RIBEIRO Theogolo [sic] // Prégador deste Arcebispado, & natural de Lisboa. // ‘OFFERECIDO’ // A IMPERATRIX DA GLORIA, RAINHA // dos Anjos, & Senhora do mundo, a Virgem // Santissima // DO MONTE DO CARMO // [florão] // LISBOA. // Na Officina de MIGUEL MANESCAL, 1681. // ‘Con todas as licençasPrivilegio Real. // A custa de Antonio Correa Fonseca, & Manoel Lopes Ferreira. In-4.º peq. de 136-IV págs. E.
A propósite desta Obra diz Innocêncio: “(…) Esta Novella (o mesmo póde dizer-se das outras que o auctor compoz), ou antes serie complexa de diversas novellas reunidas e presas entre si por uma especie de laço commum. é escripta no gosto proprio d’aquelle seculo, e accusa fecunda imaginação e vivacidade de ingenho. O estylo porém é mais que vicioso, não só pela abundancia de metaphoras e antitheses espargidas aflux, mas ainda mais por certo ar pedantesco, que resulta da multiplicidade das citações de textos e sentenças de poetas, historiadores e philosophos antigos, gregos e romanos, com que o auctor alardêa a sua erudição, pondo-as na boca dos seus interlocutores, que dissertam e discreteam incessantemente a proposito de tudo, e sobre tudo! Confessarei, ainda assim, que apesar de todos os seus defeitos este livro me deve tal qual predilecção, por ser um dos primeiros que me cahiu nas mãos aos oito, ou nove annos. Li-o e reli-o não sei quantas vezes, de sorte que cheguei a tomar de cór longuissimos e estirados trechos! (…)”.
Encadernação da época em pergaminho mole, embora com defeitos, sem vestígios de qualquer intervenção de restauro.
Conforme ficou descrito acima, o exemplar reúne as edições de 1681; o primeiro volume, impresso nas oficinas de Miguel Deslandes apresenta pela primeira vez as quatro partes reúnidas num só tomo; o segundo, impresso por Miguel Manescal, constitui uma quinta parte, agora pela primeira vez dada à estampa: “Por haverem visto, Leitor discreto, alguns amigos a géral aceitação, com que foraõ recebidas as quatro partes do meu Alivio de Tristes, me persuadiraõ a que compusesse esta quinta Parte, & porque, como disse Plutarco, he obrigaçaõ do amigo naõ ser adulador, (…) vim a condescender com seus rogos, compondo esta quinta Parte, que te offereço. (…)”.
Edição bastante invulgar, registado no ‘Catálogo da Biblioteca’ de Luiz Monteverde, não representada entre as edições registadas na PORBASE.
Exemplar com sinais de manuseio e cortes de traça marginais que afectam com gravidade, embora só ligeiramente, a mancha tipográfica das págs. 229 a 216 [aliás 129 a 216] do primeiro tomo; a págs. 228 do mesmo tomo, com um desenho a tinta que pretende completar uma xilogravura de remate ao final da Parte II, desenho que transparece para a página anterior; as págs. 459 a 462 com um defeito de fabrico do papel que as fragilizou, impedido que à cabeça das páginas o assentamento da tinta fosse bem sucedido..
fragilidade de peapel
com uma xilogravura de remate [final da II parte] desenhada a tinta