CEBOLA (Luís).— ALMAS DELIRANTES. 1925. Comercial Gráfica, Lda. Lisboa. In-4.º de 194-IV págs. B.
Luís Cebola, director clínico do Manicómio do Telhal, em Sintra, preparou a sua tese inugural [A mentalidade dos epilépticos] em 1906 sob orientação de Miguel Bombarda tendo tido como base a “reunião e análise de documentos de expressão artística dos doentes epitéticos do Hospital de Rilhafoles com o objectivo de encontrar alguma lei psicopatológica comum a
essas produções”.
De um trabalho publicado por Denise Pereira intitulado «Almas delirantes (1925) por Luís Cebola: a poética da psique humana e o médico como mediador entre o universo da doença mental e a sociedade» transcrevemos do seu ‘Resumo’: “Luís Cebola publicou em 1925 o volume ‘Almas delirantes’, onde apresentava diversas psicopatologias não de um ponto de vista médico-científico, mas elaborando retratos metafóricos e líricos, demonstrando que a perceção que tinha sobre os doentes ultrapassava a de objetos de estudo científico, constituindo um processo de identificação, empatia e compaixão. Cebola definia os estados psicopatológicos por oposição à normalidade, salientando, todavia, que estas doenças poderiam surgir em qualquer indivíduo, funcionando o livro simultaneamente como um aviso aos leitores. O volume permitia-lhe ainda divulgar o Museu da Loucura, que criara na Casa de Saúde do Telhal, e a arte dos seus pacientes, colocando-se assim na posição de mensageiro entre o universo fechado do hospital psiquiátrico e a sociedade portuguesa.”
Edição documentada em folhas impressas à parte com um retrato do autor, uma fotogravura de um dos pavilhões do Telhal e inúmeros documentos que ilustram o trabalho apresentado: retratos, desenhos, esculturas, escritos, etc.
Capa da brochura com alguma sujidade.