BARBOSA (D. José).— [ARCHIATHENAEUM LUSITANUM]. ILLUSTRISSIMO, // ET EXCELLENTISSIMO DOMINO // NONIO ALVARES // PEREIRA DE MELLO // JAMII // CADAVALLENSIUM DUCIS // FILIO // ‘Optimæ spei adolescenti’ // ARCHIATHENÆUM // LUSITANUM, // SIVE // REGALE COLLEGIUM COLLIMBRIENSE // (…) // [vinheta com o monograma do duque do Cadaval] // ULYSSIPONE OCCIDENTALI, Ex Prælo JOSEPHI ANTONII A’ SYLVA, // —— // M. DCC. XXXIII. // ‘Cum facultate Superiorum.’ In-4.º de XXXVI-280-II págs. E.
Obra estimada, de perfeita execução tipográfica, assente sobre encorpado e muito alvo papel de linho, cuidadosamente ilustrada com cabeções alegóricos, letras iniciais e florões de remate, todas habilmente abertas a buril em chapa de cobre por Guilherme Francisco Lourenço Debrie.
Edição dedicada ao Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira de Melo, adornada com o seu monograma na página de frontispício e na primeira página da ‘Dedicatória’ com uma gravura representando o escudo de armas dos duques do Cadaval circundado por um colar de onde pende o hábito da Ordem de Cristo, à esquerda com uma figura alegórica que exibe um livro com os dizeres “PLATO” [Platão] e à direita outra figura com a “Biblia Sagrada”.
Após as respectivas censuras, segue um texto intitulado «Lectori», encimado por uma gravura alegórica que representa Apolo coroado de louro entre duas colunas, apoiado sobre uma lira e rodeado de diversos instrumentos dos saberes e das artes, vendo-se ao fundo a figura de ‘Pégaso’.
Também o ‘Poema’ intitulado «Archiathenæum Lusitanum» que decorre entre as págs. 1 a 67 vem encimado por uma gravura alegórica que ilustra a ‘Fundação do Colégio Real de S. Paulo em Coimbra’, representada por um Santo empunhando uma espada que sobre nuvens sobrevoa o edifício onde se intalara a instituição coimbrã, tendo em primeiro plano, à esquerda do edifício, a figura de D. João III e de um querubim que exibe uma tarja com os dizeres “Conditor” (Fundador); à direita, Dom Sebastião, também acompanhado por um querubim que anuncia a sua condição de “Legislator” (Legislador).
A págs. 69 dá início novo texto poético intitulado «Convictores», ilustrado ao alto da primeira página com uma gravura que faz a alegoria ao conhecimento, representando uma esfera armilar pousada sobre uma peanha, encimada por uma coroa real. Sobre o espaço que a circunda figuram vários atributos alegóricos às Artes, às Letras e às Ciências.
Para além das gravuras acima descritas a edição ostenta ainda seis belos florões de remate e quarto letras iniciais alegóricas de cuidada execução.
De págs. 149 até ao final apresenta esta edição: «Notitia Sodalium, quorum fit mentio in Archiathenæo Lusitano»; «Notitia Convictorum, de quibis fit mentio in Archiathenæo Lusitano»; «Index Munerum gestorum à Sodalibus et Convictoribus, et Convictoribus Regalis Collegii Collimbriensis» e «Index Generalis Sodalium et Convictorum».
Sobre o autor, irmão de Diogo Barbosa Machado, foram publicadas notas bio-bibliográficas na «Biblioteca Lusitana», dando Inocêncio importantes referências bibliográficas no «Dicionário Bibliografico Português»: “(…) foi Chronista da Casa de Bragança, Examinador do Patriarchado e das Ordens militares, Academico da Academia Real da Historia Portugueza e famoso prégador no seu tempo. (…).
“Foi este escriptor um dos que nas suas numerosas e variadas obras se approximaram em correcção e pureza de linguagem dos nossos mais distinctos classicos, merecendo por isso os louvores insuspeitos dos criticos de melhor nota. (…).
“D. Fr. Manuel do Cenaculo tambem confessa, que este Barbosa escrevêra a nossa lingua dignamente. E o conego Luis Duarte Villela no ‘Compendio da villa de Celorico’ diz a respeito d’elle: «Foi homem de vasta erudição, principalmente nos estudos historicos: sua linguagem é purissima, sem mixtura de vocabulos e vozes extranhas. Como escriptor deve ser contado no numero dos nossos classicos; mas a dureza da sua condição o fazia assás afferrado ás suas opiniões, e por isso sustentou algumas com menos cabo da boa critica e da verdade.»”
José dos Santos descreve a edição no ‘Catálogo da Biblioteca dos Condes de Azevedo e de Samodães’ considerando-a “Esplendida edição, de perfeitissima execução tipográfica (…)”.
Encadernação da época, inteira de carneira, com alguns defeitos.
Mancha de água na margem superior das folhas iniciais. Com anotações manuscritas a lápis de cera, identificativas das três primeiras gravuras, colocadas a a págs. V, XXXI e 1.