O BACALHAU JUSTIFICADO, // OU // CONVERSAÇÃO DO FUTRE BACALHAU // ‘COM DONA CARNE;’ // A qual teve lugar no passeio das Fontainhas, quando aquelle // era levado para o Seminario, situado na Quinta do Prado. // PRODUCÇÃO DE HUM AMIGO DO BOM BACALHAU; PO- // REM MAIS AMIGO DA BOA CARNE. [no fim: PORTO: INPRENSA NA RUA DE SANTO ANTONIO. // 1824. // ‘Com licença da Commissão de Censura.] In-8.º de 7-[I] págs,
Curioso folheto de cordel, com interesse para a história dos hábitos alimentares e do consumo de bacalhau no princípio do século XIX, já nesse tempo, alimento apreciado e muito consumido.
“BACALHAU: (…) Foi nos Frades do Carmo, que sempre de mim servem, quando não tem peixe fresco: ou quando não tem algum pequeno pretexto de saude para comer carne: pois não ha hum, que não ralhe de mim, e não maldiga o voto de abstinencia.
“Tornado pois ao fio do meu discurso digo: que me dou por gravemente offendido do trafico que de mim fazem, porque me conduzem a remotas terras, onde sou insultado até ao ultimo quadrante, chamando-me nomes os mais injuriosos; como são ‘Badejo, Mata Frades, Ladrão’, e até ‘ Galinha de Galegos &c. o que não aconteceria, se fosse comido em fresco (…).”
“DONA CARNE: (…) Mas com tudo isso gozais muitas honras pelos grandes lucros, que de vós resultão aos Inglezes. (…)”