VASCONCELOS (J. Leite de).— BALLADAS DO OCCIDENTE. Livraria Portuense de Lopes & C.ª, Successores de Clavel & C.ª Porto. 1885. In-8.º de VIII-342-II págs. E.
Num artigo publicado na revista «O Arqueólogo Português» [Série IV, 26, 2008, p. 433-450] diz Maria do Sameiro Barroso que “A sua poesia, além de fornecer elementos que constituem complemento precioso para a sua biografia e a sua Weltanschauung (cosmovisão), alarga as suas reflexões em relação à ciência e às suas relações com os cultos antigos e a religião cristã, reflectindo a crise de valores e a mudança de paradigma, provocada pela viragem antropológica que se iniciara nos finais do século XVIII, e proporciona-nos o contacto com as dúvidas existenciais e os problemas religiosos que se colocavam, em termos de epistemologia da Ciência, que, desde os finais do século XVIII, se distanciava, com novos conceitos e metodologias, dos antigos saberes que envolviam as ciências ocultas, a magia, as superstições e as crendices. “
No final vem uma extensa a importante «Nota», onde o autor reflecte o fenómeno da Poesia, em particular da Poesia portuguesa, concluindo da seguinte forma: “Estou já a vêr que os bohemios, os inexperientes, vão chamar-me purista, porque quero que os portugueses fallem português, e retrógrado, porque quero que em Portugal exista uma litteratura original. (…) Estas ideias, que eu tenho procurado realisar, posto que humildemente, em varios trabalhos de Ethnographia e Glottologia, continuo-as hoje com o presente volume de versos.”.
“
Encadernação da época, com lombada de pele. Com falta das capas de brochura.