ALVARENGA (Manuel José Correia e).- BRAGA // TRIUNFANTE // NA REAL ELEIÇAÕ, E SEMPRE GLORIOSA POSSE, // QUE // O AUGUSTISSIMO PRINCIPE, // E // SERENISSIMO SENHOR // D. JOSEPH // Pessoalmente tomou do Arcebispado Primaz das // HESPANHAS // Em o dia 23. de Julho do presente anno de 1741; // OFFERECE, E DEDICA REVERENTE // MANOEL JOSEPH CORREA, // E ALVARENGA, // (…) // COIMBRA: // No Real Collegio das Artes da Companhia de JESUS, Anno de 1742. ‘Com as licenças necessarias. In-fólio de 136 págs. E.
Interessante, rara e estimada obra da bibliografia bracarense, impressa em encorpado papel de linho, adornada de letras capitais de fantasia e vários cabeções de enfeite e de remate em boas gravuras abertas em madeira. Com uma muito bela e monumental portada aberta a buril em chapa de cobre que tem como principal motivo a fachada da Sé de Braga. (assinada D. F [Debrie?]).
Da «Licença do Sancto Officio» assinada por Fr. Caetano de S. Thomás e Fr. Bernardino de S. Rosa: “Examinamos este Poéma, e nelle admirámos hum Cysne, que principiou a cantar logo na flor de seus primmeiros annos, pouco depois de nascer, com mais doçura, e armonia, que os outros decantados do lago Averno, dos rios Meandro, e Caystro pouco antes de morrerem. (…) A fonte de Batres, que tanto celebráraõ os Poétas, parece, que inda corre pela eloquente lingua deste erudito Professor das bellas letras, levando por crystaes a doçura, e facilidade admiravel dos seos numeros com a elegancia suave do seu estilo na prosa, que anima a formosa Dedicatoria ao Serenissimo Principe das Hespanhas, e Augusto Heróe do seu Poéma (…)”.
Diz Pinto de Matos no ‘Manual Bibliográfico’: “(…) Consta o livro de 38 pag. de dedicatória, que é uma boa historia de Braga, e as restantes um poema em 2 cantos em oitava rima, com argumentos, terminando com a Oração recitada pelo Vereador da Camara no acto da posse, alguns sonetos e licenças.”
Para além das ‘Dedicatórias’ do autor: “Ao sempre Augusto Principe e Serenissimo Senhor D. Joseph, Arcebispo Primaz das Hespanhas, e Senhor de Braga” [págs. 5 a 38] e “Ao M. R. P. M. D. Francisco Monteiro da Companhia de Jesus, Reitor do Collegio de S. Paulo da mesma Companhia na Cidade de Braga”, do ‘Poema’ e dos respectivos ‘Argumentos’ dedicados aos seus dois ‘Cantos’, no final vêm ainda: a “Oração que na Gloriosa entrada, e Feliz posse do Sempre Augusto Principe, e Serenissimo Senhor D. Joseph nesta sua Cidade de Braga recitou o Vereador mais velho do Senado da Camara Joseph de Coimbra, e Andrade.”; os sonetos “De Francisco de Pina, e de Mello, Moço Fidalgo da Casa de Sua Magestade, e Académico da Academia Real em louvor do Auctor”; “Do Beneficiado Rodrigo Joseph de Faria, Bacharel formado na faculdade dos Sagrados Canones em louvor do Auctor”; “Do mesmo Rodrigo Joseph de Faria, Ao mesmo assumpto”; “De Joam Velloso da Graça. Louvando a obra do Auctor”; um Romance Heroico “Do Padre Joachim Simpliciano do Canto, Academico Canonista na Universidade de Coimbra amigo, e cõdiscipulo do Auctor”; e dois ‘Epigramas’, “In Laudem Auctoris Per Michaelem Martinz de Araujo” e “ “In Auctoris Gratiam Joannes Velloso da Graça”; finalmente as respectivas ‘Licenças’ de que destacamos uma datada de 21 de Dezembro de 1741, assinadas por Fr. Caetano de S. Tomás e Fr. Bernardino de S. Rosa, licença acima que parcialmente transcrevemos.
Encadernação contemporânea, em carneira.