APULEIO [Trad. CAMPOS (Francisco António de) [1.º Barão de Vila Nova de Foz Côa] — APULEIO.- BURRO DE OURO DE APPULEIO, Traduzido em Portuguez. Lisboa. Na Typ. de José Baptista Morando. 1847. In-8.º de XXIII-446-II págs. E.
“Esta tradução foi o entretenimento de um homiziado. Depois do desastre de Torres Vedras, não havendo nenhuma apparencia de que cessasse com brevidade a guerra impia, e mais que civil, que dilacerava a nossa desditosa patria, julguei necessario impor-me alguma occupação, com que distrahisse o espirito, e mitigasse os penosos incommodos de uma reclusão prolongada.”
Primeira tradução portuguesa de «Burro de Ouro» de Lucio Apuleio, dada à luz da imprensa sem o nome do tradutor. Edição ilustrada com um retrato do autor.
Francisco António de Campos, natural de Vila Nova de Foz Côa, dedicou grande parte da sua vida à implantação do regime constitucional em Portugal.
Após o regresso de D. Miguel a Portugal, a dissolução das Câmaras de Deputados e a Convocação dos três estados do Reino, os liberais foram perseguidos encontrando-se Francisco António de Campos entre eles, dado como ausente nas listas da Intendência da Polícia na devassa de Arganil.
Maria Adelaide Muralha, colaboradora no «Dicionário do Vintismo e do primeiro Cartismo» faz desenvolvido registo biográfico de F. António de Campos que, finda a Guerra civil com a vitória liberal recebeu o título de Varão de Vila Nova de Foz Côa e a carta de título de conselheiro real.
“Segundo a ‘História da Maçonaria, Francisco António de Campos pertenceu à maçonaria com o nome simbólico de ‘Séneca’, e ocupou ali altos cargos: o de Grande Administrador em 1821 e o de Grão-Mestre do Grande Oriente da Maçonaria do Sul entre 1840 e 1849.”
Encadernação antiga com lombada de pele decorada com nervuras e ferros gravados a ouro. Com falta das capas da brochura.