JORGE (Ricardo).— CAMILLO E ANTONIO AYRES. Seguido do poema "As Commendas". 1.º milhar. Emprêsa Literária Fluminense, Lda. Lisboa. [1925]. In-8.º de XVI-CCLVII-I-84-III-I págs. B.
Recorda Alexandre Cabral no «Diccionário de Camilo Castelo Branco» que António Frutuoso Aires de Gouveia, natural do Porto e filho de negociante, “Seguiu simultaneamente a vida eclesiástica, docente e política. Deputado em sucessivas legislaturas a partir de 1858; elevado ao pariato (em 1880); lente da Universidade de Coimbra (em 1867) e ministro da Justiça (pela 1.ª vez em 1865) e dos Negócios Estrangeiros; foi bispo de Bestaida (1881) e, mais tarde, arcebispo de Calcedónia. […].Manteve-se fiel no amor à liberdade. Frustrada a Revolta do Prto (31-1-1891), intervém na Câmara dos Deputados […].
“[…] António Aires de Gouveia começou por ser poeta e grande amigo de C. C. B. nos tempos em que ambos colaboravam no ‘Eco Popular’. Aires de Gouveia poetou também na ‘Lira da Mocidade’, onde estampou 19 poesias. Em 1849 publicou anonimamente o poema herói-cómico ‘As comendas’, que provocou escândalo pelas alusões mordazes às traficâncias de personalidades preponderantes na sociedade portuense (comendadores e barões).
“Ignoram-se as causas verdadeiras que provocaram o rompimento entre os dois inseparáveis amigos. Certo é que em 1850 envolveram-se numa truculenta polémica, no decurso da qual Camilo denunciou a paternidade do provocatório poema, […]”.
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