CARTA CIRCULAR // QUE O SECRETARIO // DA ACADEMIA // DE // HUMANIDADES // DE LISBOA // COM O SEU CONSENTIMENTO // ENVIOU A TODOS OS SOCIOS CORRESPONDENTES. // DANDO-LHES PARTE // DA NOVA DIVISÃO ENTRE OS SOCIOS // DA // MESMA ACADEMIA. // [vinheta alegórica] // LISBOA: // NA OF. DE SIMÃO THADDEO FERREIRA. // ANNO DE M. DCC. XCI. // ==== // ‘Com Licença da Real Meza da Commissão Geral, sobre o Exa- // me, e Censura dos Livros. In-4.º peq. de VII-[I] págs. inums. Desenc.
Raro e interessante opúsculo, no final assinado ‘Sylvano Elysio’, secretário da ‘Academia de Humanidades de Lisboa’ (1788-1791) anunciando a sua perturbada existência, anunciadora da sua dissolução.
Diz Teófilo Braga no volume da «História da Literatura Portuguesa» consagrado a Bocage, ter-lhe sido comunicado este folheto “pelo exímio bibliophilo Annibal Fernandes Thomaz” acrescentando que “Por este documento se vê como cinco socios dissidentes foram constituir quasi com o mesmo título, uma nova”, a Academia de Bellas Lettras de Lisboa (1791 a 1795)”. Teófilo Braga no livro acima referido dá ainda notícia dos sócios de ambas as ‘Academias’, figurando entre estas, o nome de José Agostinho de Macedo [Elmiro Tagideo]. Na nova «Academia de Bellas Artes de Lisboa», figura também o de Manuel Maria Barbosa du Bocage [Elmano Sadino e Lidio].
“Quando Bocage chegou a Lisboa em Agosto de 1790”, continua Teófilo Braga, “veiu encontrar a noticia de extraordinarios successos passados na Europa, n’essa terrivel explosão temporal da dissolução do regimen monarchico e theocratico; a Revolução franceza era para a sua alma insubmissa um deslumbramento, e o poeta não occultou os sentimentos que esses sucessos suscitavam, dando assim pretexto para nas luctas litterarias em que se achou envolvido na ‘Nova Arcadia’ os mediocres se vingassem denunciando-o a Manique (…).