CAMILO ÍNTIMO. Cartas inéditas de Camilo Castelo Branco ao visconde de Ouguela. Prefácio de A. Campos Matos. Posfácio de João Bigotte Chorão. Clube de autor. [2012]. In.-8.º gr. de 391-I págs. E.
« (…) As cartas de Camilo a Ouguela pareciam estar perdidas, como lastimava mais de um camiliano, em prefácios que precediam outras colectâneas. Assim, Júlio Brandão escrevia, no limiar de sua obra ‘Cartas de Camilo a Eduardo da Costa Santos: “Perderam-se infelizmente – ou continuam fechadas a sete chaves – as centenas de cartas dirigidas ao visconde de Ouguela, e que deveriam ser, a avaliar pelas do visconde a Camilo, existentes no Museu de Seide, das mais cáusticas, das mais brilhantes, das mais variadas do prosador inimitável.” Acrescenta que as cartas de Ouguela constituem a história da sociedade lisboetas durante uma larga época, uma vez que o autor analisa as pessoas e os factos, tratando de política, literatura, dos incidentes mundanos… “Não é difícil imaginar o que seriam as de Camilo! — pondera Júlio Brandão. (…)
“O primeiro visconde de Ouguela, Carlos Ramiro Coutinho, foi grande amigo de Camilo Castelo Branco, com quem se correspondeu durante largos anos. Publica-se neste volume a totalidade das cartas que constituíram o acervo camiliano da família Odivelas: 112 que ainda estavam em poder da família Odivelas (…); as restantes, num total de 140 missivas, tinham sido oferecidas ao então presidente do Conselho, dr. António de Oliveira Salazar que, por sua vez, as doou ao Arquivo da Universidade de Coimbra (…).
“A presente edição estampa ainda mais algumas cartas, entre elas aquelas escritas por Ana Plácido ao visconde de Ouguela, e duas remetidas ao mesmo pelo pai de Eça de Queiroz, o juiz Dr. José Maria d’ Ameida Teixeira de Queiroz. Importantes umas e outras, e por razões diferentes. (…)”.
Edição documentada com retratos e facsimiles de algumas das cartas transcritas.