Título ao centro: OBRA IMPORTANTE E DE GRANDE MERECIMENTO PARA A HISTÓRIA DA RESTAURAÇÃO DE PERNAMBUCO E DAS NOTÁVEIS E GLORIOSAS FAÇANHAS MILITARES DO MADEIRENSE JOÃO FERNANDES VIEIRA, MAIS TARDE APELIDADO ‘CASTRIOTO LUSITANO’ E PELO PAPA INOCÊNCIO X ‘RESTAURADOR DA RELIGIÃO CATÓLICA NO BRASIL’
JESUS (Frei Rafael de).— CASTRIOTO // LVSITANO // PARTE I. // ENTREPRESA, E RESTAURAC,AÕ // de Pernambuco; & das Capitanías Confinantes. // VARIOS, E BELLICOS SVCC,ESSOS // ENTRE PORTUGUEZES, E BELGAS. // ‘ACONTECIDOS PELLO DISCURSO DE VINTE E QUATRO ANNOS, E // tirados de noticias, relaço~es, til no e & memorias certas. //COMPOSTOS EM FORMA DE HISTORIA // pello Muyto Reverendo Padre Prégados Géral Fr. Ra- // phael de Iesvs Natural da muyto Nobre, & sempre // Leal Villa de Guimara~es.’ til no e // RELIGIOSO DA ORDEM DO PRINCIPE DOS PATRIARCHAS // S. BENTO. // ‘PROFESSO NA SUA REFORMADA CONGREGAC,AM DE // Portugal, & nella D. Abbade do Insigne Mosteyro de S. Bento de Lisboa este // presente anno de 1679.’ // OFFERECIDOS // A IOAÕ FERNANDES VIEIRA // CASTRIOTO LVSITANO // ‘E POR ELLE DEDICADOS AO SERENISSIMO PRINCIPE’ // D. PEDRO NOSSO SENHOR. // REGENTE DA LUSITANA MONARCHIA. // ———— // LISBOA. // ‘Com as licenças necessarias.’ // Na Impressaõ de Antonio Craesbeeck de Mello Impressor de Sua Alteza // ‘Anno. 1679.’ In-fólio de portada alegórica-XVIII págs. inums.-701 nums. e 47 inums. finais. E.
Sobre o autor diz Barbosa Machado na «Biblioteca Lusitana»: “Fr. Rafael de Jesus, naceo em a Villa de Guimarães, recebendo na sua antiga Collegiada a graça bautismal a 2 de Mayo de 1614. Foram seus Progenitores (…), que o educaraõ taõ virtuosamente, que deixando o seculo buscou o Claustro da augusta Religiaõ do Principe dos Patriarcas S. Bento vestindo a monastica cogulla em o Convento da Victoria da Cidade do Porto (…) como o genio o inclinava para o exercicio do pulpito o continuou pelo espaço de vinte annos na Corte de Lisboa, e em varias Cidades de Hespanha com geral aplauso dos ouvintes, donde procedeo ser nomeado pela Religiaõ Prégador Geral. A capacidade do talento o constituhio digno de ocupar os lugares de Reitor do Collegio da Estrella em 1665, Procurador geral em a Cidade do Porto em 1668. D. Abbade do Convento de S. André de Rendufe em 1673. Procurador geral na Cidade de Braga em 1676, e D. Abbade do Convento de Lisboa em 1679. Naõ se limitou o seu estudo ás letras sagradas, mas discorrendo pelo vasto campo da Historia sahio nella taõ instruído, que mereceu ser Chronista mór do Reino (…)”.
Obra cuidadosamente descrita no ‘Catálogo da Colecção Visconde da Trindade — Restauração’, organizado por Maria da Graça Pericão de Faria: “Obra muito rara. 1.ª ed. Muito importante para a história do Brasil. O «Castrioto Lusitano» é João Fernandes Vieira, cujos feitos militares são celebrados nesta obra monumental. In-folio. Ante-rosto alegórico gravado a buril em chapa de metal, da autoria de Clemente Billingue; é formado por uma composição ornada de figuras alegóricas: a Forca, a Liberdade, a Fidelidade, a Guerra e a Fama; ao centro desta composição, em uma moldura oval, a meio corpo, de três quartos para a esquerda, olhando para a frente, cabelos caídos sobre os ombros, vestindo armadura e ostentando ao peito a insígnia da Ordem de Cristo, vê-se o retrato de Vieira; na oval lê-se: «Patrarvunt nomen illi» e por baixo em uma cartela, «Ioão Fernandes Vieira lvsitano»; no soco abre-se o brasão do retratado. (…)”.
Venâncio Deslandes em «Documentos para a História da Typographia Portugueza …», reproduz dois alvarás [Lisboa, 25 de janeiro de 1680 e Lisboa, 31 de janeiro de 1682]; O primeiro, de privilégio e licença de impressão por dez anos dado ao autor, “porque na impressão delle fizera gasto muito consideravel (…); O segundo, de nomeação de Fr. Rafael de Jesus ao cargo de cronista-mór, “que de presente está vago por fallecimento do Doutor frei Francisco Brandão (…)”.
Borba de Moraes regista as edições de 1679 e 1844 na «Bibliographia Brasiliana»
Excelente encadernação novecentista, assinada por Joseph Zaehnsdorf, London. Com a lombada restaurada e falta de um pedaço de pele no canto superior esquerdo; ambas as pastas decoradas nas margens com três fios gravados a ouro, tendo as contra-capas bonito papel marmoreado e as seixas decoradas com largos ferros de roda; a lombada, também decorada a ouro com bonitos ferros em ‘casas-fechadas’ aplicados entre as suas 5 nervuras. Com o corte da folhas brunido a ouro fino. Com dispersos e pequenos restauros de papel e pouco importantes vestígios de humidade. Entre as páginas 201 e 221 com uma mancha um pouco mais acentuada junto à lombada, mas que não excede os 2 cm. de diâmetro
Ex-libris armoriado de Joaquim de Sousa-Leão, primeiro barão e visconde de Campo Alegre (Pernambuco), comendador da Imperial Ordem da Rosa e da Imperial Ordem de Cristo.