OLIVEIRA (Arnaldo Henriques de).— CATÁLOGO DA MAGNÍFICA E VALIOSA BIBLIOTECA FORMADA PELO ILUSTRE BIBLIÓFILO CONIMBRICENSE CANDIDO AUGUSTO NAZARETH. Prefaciada pelo distinto publicista Dr. Octaviano Sá. Lisboa. Antiga Livraria Manuel dos Santos. 1949. 4 vols. In-8.º gr. de VIII-581-I págs. B.
Catálogo verdadeiramente precioso, justamente designado pelo seu autor como "Subsídios para uma bibliografia coimbrã e das obras impressas na Imprensa da Universidade de Coimbra".
“ (…) Convivendo com os mais ilustres autores do nosso tempo, por si e pela sua situação, durante largos anos, como chefe das oficinas da Imprensa da Universidade de Coimbra, Cândido Nazaré, com tal apºroximação, não só procurava fortalecer os seus conhecimentos, mas também prestar a tantod, valioso auxílio, e até, por vezes, o informador a merecer justificada citação quer no texto de obras quer a indicação, em notas, do seu nome. (…).
“Alcançando, por direito próprio, o lugar de mestre da Escola Tipográfica na Imprensa da Universidade de Coimbra, aos seus discípulos ministrou, com especial competência, o ensino profissional bastante, ao mesmo tempo que diligenciava interessá-los pela cultura literária.
“Foi no tempo da sua direcção técnica que na oficina preparatória de compositores dessa Imprensa, sairam, compostas e impressas como exercícios, pequenas obras e, entre elas, os discursos de Guerra Junqueiro, na Câmara dos Deputados, que pelo reduzido da tiragem, e fora do mercado, são verdadeiras raridades bibliográficas. (…).
“Com o Dr. Joaquim Martins Teixeira de Carvalho, «Quim Martins», arqueólogo, crítico de arte, e jornalista, tornou-se o auxiliar precioso da erudita obra de investigações, principalmente realizado por aquele e vinda a público por essa imprensa. (…)
“Cândido Nazaré era o «anterianista» fervoroso, conhecedor na intimidade da obra do consagrado Poeta, o bibliógrafo apetrechado com os maiores e melhores elementos para a reconstituição de tantos volumes em reedição. (…)
“Cândido Nazaré, está inteiramente na definição do professor Dr. Vitorino Nemésio, na sua apreciada secção no Diário Popular, — «Leitura Semanal», de 21-4-1948 — «Ele além de ter sido durante anos e anos, o claviculário dos prelos da antiga Real Imprensa, e assim o cérebro dos tratados e dissertações da Alma Mater, era o detentor, por excelência, de um dos maiores saberes bio-bibliográficos do Portugal de oitocentos-novecentos. Porque este bibliófilo e bibliógrafo não era um trapeiro de livros, mas exactamente um coleccionador consciente e entusiasta da produção literária sob o signo da qual o seu espírito desabrochou, e das coisas respeitantes aos homens espirituais que se acostumou a admirar desde moço».”