LA FIGANIÈRE (Frederico Francisco de) [VISCONDE DE FIGANIÈRE].— CATALOGO DOS MANUSCRIPTOS PORTUGUEZES EXISTENTES NO MUSEU BRITANNICO. Em que tambem se dá noticia dos manuscriptos estrangeiros relativos á Historia Civil, Politica e Litteraria de Portugal e seus Dominios, e se transcrevem na integra alguns documentos importantes e curiosos. Lisboa. Na Imprensa Nacional. 1853. In-8º gr. de II-XXVI-II-415-III págs. E.
Catálogo da mais alta importância para a historiografia portuguesa, cuja edição cremos ter sido muito limitada. No final com um muito útil «Indice Alphabético de todos os appellidos de família, nomes geographicos, titulos, dignidades de pessoas, cousas notaveis (…)».
“(…) É de presumir que muitos documentos preciosos relativos a Portugal se achem dispersos por diversos paizes da Europa, ignorando totalmente a sua existencia; porventura se encontrão muitos da maior importância, e cuja falta mais deplorâmos hoje.
“Não se póde alcunhar de exagerada esta supposição, quando se considere as relações que temos tido com outras nações desde o comêço da nossa existencia como nação independente, e o descaminho que tem levado grande numero de Mss. portuguezes.
“A Hespanha, Italia, Allemanha, França e Inglaterra devem possuir muita cousa que nos poderia ser util no referido sentido. Um paiz que conhece a inferioridade do seu archivo devia empregar todos os meios para tornal-o mais completo; fazem-no nações ricas em monumentos litterarios, não seria, pois, para estranhar que nós o fizessemos tambem. (…).
“O catálogo, que tomâmos a liberdade de offerecer ao publico, não foi começado com a idêa de se dar á luz pela imprensa. Fomos convidados pelo Ex.mo Sr. Conde de Lavradio (digníssimo representante de S. M. na côrte de Londres, cujo zêlo e interesse pelas cousas de Portugal é inexcedível) a visitar a livraria do Museu Britannico, para ali ver o que haveria, entre os Mss., que pudesse interessar á historia do nosso paiz. No prosseguimento, porém, desse exame depararam-se-nos tantos documentos importantes que foi o Sr. Conde de Lavradio quem nos incitou a ampliar e publicar o nosso trabalho, (…)”.
Encadernação inteira de carneira, mal cuidada, um pouco ressequida.