LACERDA (Fernando Correia de) • [LEANDRO DORIA CACERES FARIA – Pseud.].— CATASTROPHE // DE // PORTVGAL, // ‘na deposição’ // D’EL REI D. AFFONSO O SEXTO, // ‘& subrogação’ // DO PRINCEPE D. PEDRO O VNICO, // ‘justificada nas calamidades publicas,’ // Escrita para justificaçaõ dos Portugueses, // ‘POR’ // LEANDRO DOREA CACERES E FARIA. // [Brasão com as Armas de Portugal] // EM LISBOA. // A custa de MIGVEL MANESCAL mercador de // Liuros na Rua Nova. // ——— // M.DC.LXIX. // ‘Com todas as licenças necessarias.’. In-4.º peq. de 267-I págs. E.
D. Fernando Corrêa de Lacerda, natural de Tojal [Satão, Viseu], inquisidor em Évora e Lisboa, deputado do Conselho Geral do Santo Ofício e comissário da Bula da Cruzada, foi bispo do Porto, onde fez importantes obras, como os retábulos e altares laterais da Sé, a reconstrução dp Paço Episcopal e a conclusão da ibreja paroquial de S. Nicolau.
Sob o suposto nome de Leandro Dorea de Caceres e Faria [anagrama], publicou o libelo ‘Catástrofe de Portugal’ acusando o Rei D. Afonso VI, de desmandos e má índole, defendendo assim a conspiração que em 1668 conduziu D. Pedro II à Regência, afastando o monarca do poder.
Obra politicamente comprometida, com interesse para a história deste tumultuoso reinado, que justificou que 176 anos após a sua publicação, fosse publicada por Camillo Aureliano da Silva e Souza a «A Anti-Catátrofe», dada à imprensa sob anonimato.
Encadernação inteira de carneira, da época; na pasta da frente com os dizeres “SALZEDAS” [Mosteiro de Santa Maria de Salzedas].
Com um recorte de papel na folha de frontispício que não ofende a mancha tipográfica e uma assinatura de posse antiga “Malafaia”. Com uma mancha de humidade no canto superior direito, de págs. 241 até ao final.