QUEIRÓS (José).— CERÂMICA PORTUGUESA E OUTROS ESTUDOS. Organização, apresentação, notas e adenda iconográfica à edição de 1907 por José Manuel Garcia e Orlando da Rocha Pinto. Editorial Presença. [Lisboa. 1987]. In-4.º gr. de 514 págs. C.
Terceira edição, mais correcta e ampliada que as anteriores, ainda hoje instrumento indispensável aos estudiososda Cerâmica Portuguesa, Edição profusamente ilustrada a negro e a cores nas páginas de texto.
“ (…) parece-nos sobejamente evidenciada a importância da presente edição. Ela merece, contudo, mais algumas linhas complementares que revelem com clareza os critérios utilizados. Na verdade, retomar uma obra que é um «clássico» requer todos os cuidados possíveis. (…)
“Em 1914 José Queirós pensou reeditá-la, pelo que foi anotando um seu exemplar, tendo em vista tal tarefa. Infelizmente não pôde realizar o projecto, pelo que só muito mais tarde, em 1948, veio a público a segunda edição, sob os louváveis auspícios de Ricardo do Espírito Santo Silva. Este adicionou-lhe um prefácio em substituição do de José Queirós, juntando-lhe ainda os editores uma nota prévia. Esta edição foi revista e retocada por Fernando Pamplona e é constituída por dois volumes (…).
“A segunda edição é referida como «corrigida e aumentada pelo autor e pelos editores», pois Ricardo do Espírito Santo Silva esclarece no referido prefácio que tal facto resulta das «anotações e adendas do próprio autor, feitas depois da primeira edição da obra». Na sequência desta afirmação, os editores afirmam que a segunda edição foi corrigida e aumentada «com numerosas notas lançadas pelo próprio autor na margem do exemplar do seu uso privativo».
ESta edição veio a melhorar consideravelmente a primeira, mas, ainda assim, apresenta alguns aspectos que nos parecem menos correctos e que tentámos superar nesta terceira edição. Na verdade os editores da segunda edição informam que completaram e actualizaram «na medida do possível» o livro de José Queir´s, acrescentando que tas «actualização consistiu principalmente na recolha de novas informações relativas às mais importantes fábricas de faianças». Por outro lado, assinalam ainda que a «revisão do texto, na sua redacção e ortografia, esteve a cargo do escritor e crítico de arte Dr. Fernando de Pamplona, que num ou noutro passo procurou, sem prejuízo do conteúdo, clarificar e aligeirar a forma e tornar assim mais fácil e atraente a leitura desta obra». Se tal atitude poderá ser defensável, a verdade é que qualquer emenda feita no texto (não contando com a necessária actualização ortográfica) deveria ser devidamente referenciada. Como tal não foi feito, e porque não pudemos ver o exemplar emendado de José Queirós, tivemos de confrontar os textos da primeira e da segunda edição, seguindo o da segunda, que foi actualizado pelo autor, mas colocando entre parêntesis rectos todas as frases acrescentadas à primeira edição. Colocámos as diferenças das duas versõesdos textos no fim do presente volumee anotámos sempre que possível os acréscimos dos editores de 1948. Realizando esta edição crítica, procurámos apurar o texto com a correcção possível e emendando as gralhas que passaram nas duas edições anteriores.
“Importa ainda salientar que mantivemos o prefácio da primeira edição de autoria de José Queirós, que foi omitido na segunda edição, retirando por nosso lado, o prefácio que nesta o substituíra. (…)”
“Por último devemos destacar o facto de nos ter parecido fundamental incluir neste volume outros trabalhos sobre cerâmica, publicados por José queirós em livros e artigos de revistas (não tendo em conta jornais). Tal inclusão pode mostrar de forma mais cabal o mérito do autor, que, com essas páginas, completou de forma mais ou menos ampla as considerações que tecera na ‘Cerâmica Portuguesa’. Muitos desses textos estavam já esquecidos, sendo difíceis de localizar. A sua leitura é ainda extremamente interessante.”
Cartonagem do editor, com sobrecapa policromada, com pequenos defeitos marginais.