PHILALETHES [Pseud.].— COMMERCIO DOS VINHOS DO DOURO — ANALYSE DO RELATORIO E PROJECTO DE LEI APRESENTADO PELO SENHOR DEPUTADO JOSE DA SILVA CARVALHO. ‘Na Sessão de 10 de Julho de 1839’ E PUBLICADO NO DIARIO DO GOVERNO NUMERO 163. — LISBOA: ——— TYPOGRAFIA LISBONENSE. ‘Largo do Conde Barão N.º 21. 1839. In-8.º de 19–III págs. B.
“O apparecimento em Côrtes de um Projecto de Lei ácerca dos Vinhos do Douro, apresentado por um Deputado illustre, que quando Ministro d’Estado, foi o auctor do decreto da extincção da Companhiadas Vinhas do Alto Douro era por si só um acontecimento demasiado grave para deixar de fixar a attenção de todos os interessados no Commercio daquelles Vinhos. Mas quando este acontecimento acaba de ter lugar no fim de uma Sessão em que todas as Camaras do Douro temrepresentado a necessidade da rehabilitação da mesma Companhia, e que a Commissão dos Vinhos da Camara dos Deputados, depois de maduramente pensar sobre tudo quanto dizia respeito a objecto de tal magnitude, apresentou o seu definitivo Parecer, e Projecto sobre a mesma rehabilitação; este acontecimento, dizemos, toma então uma importancia tal, que excita o mais vivo desejo de entrar na averiguação das novas doutrinas por seu Author emittidas. (…)”.
José da Silva Carvalho, um dos fundadosres do ‘Sinédrio’, integrou, após a Revolução de 1820 a ‘Junta Provisional do Governo Supremo do Reino’, mais tarde a ‘Junta Provisional Preparatória das Cortes’. Em 1821 foi nomeado para o ‘Conselho de Regência’ e foi Presidente do ‘Senado de Lisboa’. Foi Ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça nos anos de 1821-1822 e 1832-1834, da Fazenda em 1832 a 1836 e da Marinha no de 1833. Apóps a ‘Vilafrancada’, por três vezes esteve exilado em Inglaterra, foragido do triunfo do Miguelismo. Regressado a Portugal ao lado de D. Pedro, foi eleito deputado às Cortes, exercendo os seus mandatos em 1834-1836 e 1838-1842. Restaurada a ‘Carta Constitucional’, fez parte da Câmara dos Pares, onde foi eleito seu vice-presidente.
Foi sócio efectivo da ‘Academia Real das Ciências de Lisboa’, membro da ‘Sociedade Patriótica Gabinete de Minerva’, magistrado e presidente do ‘Supremo Tribunal de Justiça’ e conselheiro de Estado.
Iniciado maçon, com o nome simbólico ‘Hydaspe’, pertenceu às lojas «1.º de Outubro», mais tarde à loja «15 de Outubro, n.º 11», onde terá sido Venerável. Exerceu as funções de Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, entre 1822 e 1839, e Soberano Grande Comendador, entre 1841 e 1856.
Foi condecorado com a grã-cruz da ordem de Santiago e a de Carlos III de Espanha.
Opúsculo bastante raro, no final assinado em Lisboa a 30 de Agosto de 1839 sob o pseudónimo ‘Philalethes’.