TAVARES (Silva).— CONSUMATUM EST… […]. 1.ª Edição. 1.º Milhar. 1925. [«Imprensa do Norte, Limit.». Porto]. In-8.º de 117-XI págs. e 8 estampas. B.
Peça de teatro escrita a propósito da grave situação política portuguesa que levou à queda da 1.ª República, ilustrada com 8 estampas de Octávio Sérgio, propositadamente concebidas para esta edição.
“[…] Nos tempos do senhor Dom Carlos de Bragança, dar ‘um viva á Republica era sinónimo de Viva Portugal!’ Agora, que chegamos á degradante vergonha de rir e fazer chacota da nossa propria miséria moral, — qual será o viva que devemos soltar, como sinónimo de Viva a Pátria?
“Se a Republica, segundo Guerra Junqueiro, — era ‘o ultimo esfôrço, a ultima energia que uma nação moribunda opõe á morte,— exgotados êsse esfôrço e essa energia ultima,— que é que nos resta fazer?
“Sim, porque eu creio que ninguem desconhece; tenho mesmo a certeza que os proprios cegos sentem, comquanto não vejam, que a nação, outr’hora moribunda, já d’ha muito que entrou no periodo da agonia.
“Conclusão: esta Republica falhou.
“Republica de senhores doutores, habituados ao desarranjo das de Coimbra, esta Republica é um quarto de casa d’hospedes: — um quarto independente e mobilado, com porta para a escada, pela qual se introduz, a convite dos arrendatarios e quasi sempre sem conhecimento do senhorio,— essa cáfila de convidados, conhecidos e desconhecidos, que se tem banqueteado á sua sombra…
“E o senhorio, — o Paiz — fecha os olhos a tudo, bonacheirão e podengo! […]”.
Capa da brochura com um curioso desenho alegórico de Henrique Santana.