VASCONCELLOS (Padre Simão de).— CHRONICA DA COMPANHIA DE JESU DO ESTADO DO BRASIL E DO QUE OBRARAM SEUS FILHOS N’ESTA PARTE DO NOVO MUNDO. Em que se trata da entrada da Companhia de Jesu nas partes do Brasil, dos fundamentos que n'ella lançaram e continuaram seus religiosos, e algumas noticias antecedentes, curiosas e necessarias das cousas d'aquelle Estado […]. Segunda edição correcta e augmentada. Lisboa. ‘Em Casa do Editor A. J. Fernandes Lopes […]’. MDCCCLXV. 2 vols. In-8.º gr. de CLVI-200 e 339-[I]-IV págs. E em 1. vol.
Crónica da mais alta importância para o estudo da acção dos padres da Companhia de Jesus naquele país [1549-1570], mas "importante sobretudo para o estudo e conhecimento exacto das cousas do Brasil primitivo: costumes, ritos, trajos e usos dos seus habitantes, e bem assim das suas produções, flora e zoologia terrestre e maritima, etc., etc.
Segunda edição desta importante obra clássica do jesuíta e missionário no Brasil Simão de Vasconcelos, acompanhada de uma "Advertencia preliminar ácerca da presente edição" assinada por Inocêncio Francisco da Silva.
Palmira Rocha de Almeida refere no ‘Dicionário de Autores no Brasil Colonial’: “Era ainda um adolescente quando partiu para o Brasil, onde veio a ingressar na Companhia de Jesus, em 1616, e na qual professou na cidade de Salvador da Baía, no ano de 1636. Mestre em Artes, foi professor de Humanidades, Teologia, Escolástica e Moral, exercendo também durante vários anos o cargo de mestre de noviços. As suas qualidades e o zelo demonstrado no desempenho das funções conduziram à atribuição de sucessivos cargos na hierarquia dos jesuítas do Brasil. Quando da Restauração de Portugal era secretário dessa província e integrou a embaixada da sua congregação, onde pontificava o padre António Vieira, que em 1641 se dirigiu a Lisboa para prestar homenagem ao novo monarca português D. João IV. Regressou à terra brasileira no ano seguinte e, posteriormente, foi reitor dos colégios da Baía e do Rio de Janeiro, tendo atingido a dignidade de provincial, entre 1655 e 1658. Eleito procurador da província do Brasil, esteve presente num evento realizado na cidade de Roma, em 1662. Cultivou a escrita ao longo dos anos, mas de forma mais acentuada na parte final da vida, publicando diversos textos de natureza histórica e biográfica. Na ‘Crónica da Companhia de Jesus do Estado do Brasil’ refere com ufania as qualidades do Novo Mundo, onde a “fermosura de montes, campos, rios, plantas, e animaes” permite uma “perfeita habitação dos homens”. As suas obras, embora situadas num quadro da historiografia jesuítica e numa perspectiva laudatória, transmitem conhecimentos importantes sobre a realidade da América portuguesa numa fase específica da colonização envolvendo o período do domínio filipino em Portugal.
Encadernação contemporânea inteira de pele, decorada na lombada com rótulos e ferros fundidos a ouro.