CASTRO (Gabriel Pereira de).— DECISIONES // SVPREMI EMINEN- // TISSIMIQVE SENATVS POR- // TVGALLIÆ EX GRAVISSIMORVM // PATRVM RESPONSIS COLLECTÆ. // ‘AD. Gabriele Pereira de Castro, illius Senatore grauami- // numque ac appellationum expeditore dignissimo // aulæque Regiæ generoso.’ // Dictæ Reuerendissimo & Illustrissimo D. Magistro eminentissimo // Fratri Antonio de Soto Maior Cæsaræ Maiestatis Philippi // vtriusque mundi Monarchæ Confessario dignissimo. // [Brasão de Armas] // ‘Cum facultate S. Inquisitionis, Ordinarij, & Regis.’ // ——— // VLYSSIPONE. // Apud Petrum Craesbeeck Regij Typographi. // Anno M.DC.XXI. In-4.º de XXVIII-585-[I]-XXVI págs. E.
Primeira edição. Acerca do autor, recomenda Inocêncio a leitura do artigo incluso na ‘Biblioteca Lusitana’, “tecido de pomposos elogios, conforme ao gosto e estylo do tempo em que foi escripto.”
Natural de Braga, Gabriel Pereira de Castro, “Teve por Pays ao Doutor Francisco de Caldas Pereira bem conhecido em a República Literaria por suas doutissimas obras com que illustrou a Jurisprudencia Cesarea; e a Anna da Rocha de Araujo filha do Doutor Antonio Francisco de Alcaçova Procurador da Coroa, e Alcayde Mór de Eruededo (…)
“Depois de substituir com grande credito da sua litteratura, e naõ menor emolumento dos seus ouvintes varias Cadeiras da Universidade passou a Dezembargador da Relaçaõ do Porto (…) donde foy transferido para a Caza de Suplicaçaõ (…) sendo Dezembargador dos Aggravos (…). Corregedor do Crime da Corte a 9 de Agosto de 1623 e ultimamente como Cavalleiro professo da Ordem de Christo Procurador Geral das Ordens Militares. (…) No seu coraçaõ conservou a justiça em taõ perfeito equilibrio que sendo observantissimo das Leys castigava com violencia, absolvia com promptidão; perseguia aos vicios, e naõ aos homens, moderando com tal arte a severidade do officio com a brandura do genio que ninguem o culpou de aspero, nem experimentou inflexivel. (…) Entre o laborioso exercicio de Senador se ocupava algumas horas na cultura das Musas depondo a balança de Astrea para tocar a Lyra de Apollo em cuja divina Arte competio, e excedeo os mais sonoros Cisnes do Parnaso Portuguez. (…)”.
Com uma assinatura de posse de Francisco d’Andrada Leitão manuscrita no frontispício e notas marginais, cremos que do seu punho.
Natural de Condeixa, Francisco de Andrade Leitão [1585-1655] jurisconsulto e professor de Direito na Universidade de Coimbra ingressou em 1626 na magistratura ocupando o cargo de desembargador da Casa da Suplicação tendo sido, em 1628 transferido para o cargo de juiz desembargador dos agravos na Casa da Suplicação foi também nomeado oficial da chancelaria régia. Foi um dos conjurados que proclamou a realeza de El-Rei D. João IV, tendo sido escolhido como orador no acto de juramento e coroação de Dezembro de 1640. Ao serviço de D. João IV, foi nomeado embaixador em Londres e Haia e plenipotenciário no Congresso de Münster quando se procurava pôr termo á Guerra dos Trinta Anos.
Encadernação contemporânea de pele inteira, com dourados e nervuras na lombada; com alguns defeitos nas pastas e um corte de traça que não ofende a mancha tipográfica, no canto superior direito, entre págs. 57 a 96.