SÁ (José António de).— DEFEZA DOS DIREITOS NACIONAES E REAES DA MONARQUIA PORTUGUEZA. ‘Segunda Edição, corrigida, e consideravelmente accrescentada.’ Lisboa: Na Impressão Regia. Anno 1816. 2 vols. In-8.º gr. de XXXVI-LXI-[I]-262 e VIII-XXIV-426 págs. + 6 gravuras. E.
A primeira edição da obra, publicada em 1810 num só volume, saiu com o título ‘Demonstração analytica dos barbaros e inauditos procedimentos adoptados como meio de justiça pelo Imperador dos Francezes para a usurpação do throno da serenissima Casa de Bragança’, ilustrada com apenas três das seis gravuras que compôem esta segunda edição de muito esmerada e nítida impressão, em magnífico papel de linho e preferível à anterior por ter sido “consideravelmente accrescentada com capítulos, documentos, e Gravuras, que deverião ir na 1.ª Edição, se a chegada de Massena ás Linhas não apressasse a publicação de hum Livro, que tinha por objecto não menos que a grande Causa da Nação Portugueza, a qual se estava disputando no Campo. (…)."
“No 2.º Volume se produzem para cima de oitenta documentos em Prova, aos quaes se reunem as sete Fallas aos Portuguezes espalhadas pelo Autor gratuitamente em diversas Epocas, segundo as circunstancias occorrentes (…)”.
Segunda edição, ilustrada com seis estampas primorosamente gravadas em chapa de cobre, entre as quais quatro que servem as duas dedicatórias que acompanham a edição. Entre estas, figura um retrato de D. João VI gravado por ‘Bartolozzi’ e uma gravura alegórica da autoria de Domingos Sequeira (assinada pelo gravador G. F. de Queiroz) que mereceu cuidadosa descrição na «História de Portugal», dirigida por José Matoso, a págs 25 do V volume. Também de grande beleza e requinte técnico é a última gravura, igualmente da autoria de Domingos Sequeira e G. F. Queiroz.
No final do segundo volume, desde págs. 291 em diante vêm ainda publicados os seguintes textos ou documentos: Sete Fallas Proclamatorias dirigidas pelo Author aos Portuguezes em diversas circunstancias; Addição ás Provas; Addicionamento final ao Capitulo, e Nota do Tomo I. pag. 67, sobre os Revoltosos; Documentos a que se refere o Addicionamento; os Índices dos Documentos e Provas; e a finalizar, uma muito interessante ‘Relação dos assinantes da primeira edição da Obra, com declaração das quantias com que subscreveram e entregaram efectivamente em benefício da Caixa Militar.’
Edição valiosa e bastante invulgar, proficientemente descrita por José dos Santos no ‘Catálogo da Importante e Preciosíssima Livraria (…) Condes de Azevedo e de Samodães’.
Acerca desta obra recomenda Innocêncio: “O leitor que desejar dar pasto á hilariedade, consulte ácerca d’esta obra a ‘Besta esfolada’ de José Agostinho, n.º 21, a pag. 2, e persuado-me de que não terá por mal empregado o tempo que n’isso gastar.”
O autor, natural de Bragança, formou-se em Leis na Universidade de Coimbra, onde recebeu o grau de Doutor em 1782. Para além da sua importante obra publicada, desempenhou importantes cargos como magistrado entre os quais se salientam o de Juiz de Fora em Moncorvo, o de Desembargador da Relação do Porto e o de juiz-conservador da Real Companhia da Fiação e Tecidos de Seda. Foi ainda director da Real Fábrica das Sedas, onde desempenhou importante papel na implantação dessa indústria em Portugal.
Obra completa, especialmente rara quando com todas as estampas conservadas.
Encadernações contemporâneas de pele inteira.