ARRAIS (Amador).- DIALOGOS // DE DOM FREI // AMADOR ARRAIZ // BISPO DE POR- // TALEGRE. // [gravura com as armas de Frei Amador Arraiz] // ‘EM COIMBRA. // ‘Em casa de Antonio de Mariz, Impressor. // Anno de 1589.’ // Com licença do sancto Officio, e do Ordinario. // COM PRIVILEGIO REAL. In-4.º de II-300-307-I [de 301 a 315 manuscritas]. E.
Edição ‘princeps’ de um dos muito raros e apreciados clássicos da literatura portuguesa, cuidadosamente impresso sobre papel de linho de escolhida qualidade.
EXEMPLAR QUE PERTENCEU AO CARDEAL SARAIVA, OITAVO PATRIARCA DE LISBOA, com algumas das últimas folhas manuscritas pelo seu punho.
Com falta das últimas 8 folhas que compreendem a edição, tendo no entanto em sua substituição 15, manuscritas com o texto em falta. No início deste grupo de folhas manuscritas vem a seguinte nota: “(Estas paginas, foram copiadas pela mão do Cardeal Saraiva, a quem pertenceu este livro)”.
Bonita encadernação da época em carneira, decorada a ouro na lombada e pastas. Com o Ex-libris de H. de Araújo Lima. Restauros marginais nas duas primeiras folhas e com uma anotação no frontispício, do punho da nota acima referida, assinada P. Bar [?] Correia. Ponte do Lima, que diz: “Este livro pertenceu a D. Frei Francisco de S. Luis, Cardeal Saraiva, Patriarca de Lisboa”.
D. Frei Francisco de São Luís Saraiva, natural de Ponte de Lima, nasceu em 1766, tendo vindo a falecer em 1845. Adepto dos ideais liberais tornou-se mação (adoptando o pseudónimo ‘Condorcet’). Posteriormente integrou a associação secreta portuense ‘Sinédrio’. Em 1822 foi nomeado Bispo de Coimbra e Conde de Arganil. Foi Reitor da Universidade de Coimbra e deputado às Cortes de 1823. Resignou ao episcopado em 1824. Ocupou o cargo de presidente da Câmara dos Deputados logo após a aprovação da Carta Constitucional de 1826. Durante o regime Miguelista refugiou-se no Mosteiro da Serra de Ossa, de onde saiu em 1833, ano em que foi nomeado administrador apostólico da Diocese de Portalegre. Por influencia de D. Maria II foi feito Patriarca de Lisboa e mais tarde, em 1843 o Papa Gregório XVI elevou-o ao cardinalato sem que, contudo, tivesse recebido pessoalmente o título e o barrete cardinalício.