BRAGA (Alexandre).— DISCURSO DE DEFEZA proferido na causa de D. Marinha Correia em 8 de Maio de 1886 ‘No Tribunal do 2.º districto criminal do Porto’ — 2.ª Edição. Porto. Deolindo de Castro — Editor. 1886. [Typographia Occidental. Porto]. In-8.º gr. de VIII-104 págs. B.
Segunda edição, cuidadosamente impressa em papel mais encorpado.
Notável poeta, orador e advogado portuense, Alexandre Braga tem neste discurso uma das suas mais importantes intervenções judiciais a propósito da morte de Leopoldino de Melo, morte de que Marinha Correia vinha acusada.
“(…) no discurso que vae lêr-se, o notavel tribuno de quem o principe dos modernos escriptores portuguezes, Camilo Castello Branco, diz a paginas 223 do seu apreciavel livro ‘Coisas leves e pesadas’: «Ouçam-n’o quando elle defende um innocente ou quebra a regidez da vara ferrea da lei sobre um criminoso, e hão-de vêr que poeta alli está”, — não quiz, como tantas vezes tem feito, recortar o seu brilhante discurso de bellezas abundantissimas, de narrações historicas, de vigor de estylo, de opulencia de ideias, de tudo isso que se desencadeia dos seus labios, n’uma torrente de phrases, ora suave, branda e sonora, ora grave, estrondosa e terrivel, que var cahir como uma chuva de lagrymas e enthusiasmo sobre o auditorio que, assombrado, o escuta. Não; na presente causa, Alexandre Braga pôz de parte a sua linguagem embrincada d’esses lavores formosos e arrebatadores, e deixou de phantasiar como um verdadeiro poeta que é, para, com uma eloquencia prodigiosa, energica, tenaz, dominado por essa força mysteriosa que inspira a profunda convicção d’um dever sagrado, arrancar logica e impetuosas soluções do fundo da sua alma, e fazel-as cahir sobre o seu adversario com uma pressão esmagadora de argumentos irrespondiveis.” [do texto preliminar assinado pelo editor, Deolindo de Castro].
Com vestígios de acidez e um pequeno rasgão na lombada da capa da brochura.