FARIA (Manuel Severim de) [1583-1655].— DISCVRSOS // VARIOS // POLITICOS // POR MANOEL SEVERIM DE FARIA // Chantre, & Conego na Santa Sê de Euora. // [Gravura aberta em chapa de cobre com o brasão de armas do autor] // ‘Com as licenças neceßarias’. // ——— // EM EVORA Impressos por Manoel Carvalho // Impressor da Vniversidade. Anno 1624. In-8.º gr. de VI ff. prels.inums., e 185 nums. na frente + 1 ff. em branco [com vários erros de paginação]. E.
Raríssima primeira edição de um dos importantes clássicos da literatura e da historiografia portuguesa.
Edição seiscentista, dada à imprensa em Évora por Manuel de Carvalho, a partir de 1633 sucessor de seu pai Nicolau de Carvalho, no privilégio de impressor da universidade de Coimbra. Composição tipográfica em caracteres romanos e itálicos, enquadrados por finas cercaduras de composição tipográfica.
Do índice transcrevemos: ‘Do muito que importarâ para a conservaçao, & augmento da Monarquia de Hespanha, assistir sua Magestade com sua Corte em Lisboa; Vida de João de Barros; Das partes que ha de haver na lingoagem para ser perfeita, & como a Portuguesa as tem todas, & alguas com eminencia de outras lingoas; Vida de Luis de Camões; Com que condições seja louvavel o exercicio da Caça; Vida de Diogo do Couto chronista do Estado da India, & Guarda mor da Torre do Tombo della; Sobre a origem e grande antiguidade das vestes, q usa por habito Ecclesiastico o clero de Portugal.’
Para mais minuciosa descrição bibliográfica remetemos os interessados para o nº 3167 do monumental e magnífico Catálogo da Biblioteca de Azevedo-Samodães.
Edição ornada de três retratos gravados a buril em chapa de cobre, cada um ilustrando as vidas de João de Barros, Luis de Camões e de Diogo do Couto, tendo os dois últimos as rúbricas dos artistas que os executaram, respectivamente: Aldus Sculp.— F. Heylan.
Para mais cuidada informação consultar: «História da Gravura Artística em Portugal» de Ernesto Soares.
O exemplar apresenta os retratos de João de Barros e Camões, faltando-lhe o de Diogo do Couto que, como refere José dos Santos no Catálogo de Azevedo-Samodães, "quase sempre falta nos exemplares conhecidos".
Com uma assinatura da época no frontispício e anotações do mesmo punho, marginais, no verso da ff. 31 e na frente das ff. 32 e 44.
Encadernação da época em pergaminho mole, no seu estado original, sem qualquer restauro. Com falta dos atilhos e com outros pequenos defeitos; parcialmente destacado do volume.