FREITAS (Augusto César Barjona de).— DISSERTAÇÃO INAUGURAL PARA O ACTO DE CONCLUSÕES MAGNAS. Coimbra. Imprensa da Universidade. 1855. In-8.º de 85-[I] págs. Desenc.
Rara dissertação, sujeita ao tema da conservação dos exércitos permanentes e do seu emprego nas Obras Públicas.
Conforme se pode ler na «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira», Barjona de Freitas, Lente de Direito da Universidade de Coimbra, “Era muito espirituoso. Quando do seu concurso universitário, alguns dos professores pretenderam afastá-lo mas opôs-se num protesto bravo o estudante Vieira de Castro, seu condiscípulo e orador fluente, cuja vida acabaria no degrêdo, por ter morto a espôsa. […] Preferiu a política ao ensino e, filiando-se no partido regenerador, foi eleito deputado em 1864. […] Ocupou vários cargos de alta categoria; trabalhou largamente para a publicação dos Códigos Civil e do processo. Reformou o Código Penal, sendo abolida a pena de morte, tratou do regime penitenciário, das novas bases municipais, da dotação ao clero, estabeleceu a representação por maioria na lei eleitoral, […[. O talento do político, a sua atitude, os meios de que dispunha para fazer triunfar os princípios do seu partido [Esquerda Dinástica], davam-lhe a máxima importância, […]. Depois do ultimato, quando se pensou em firmar o tratado com a Inglaterra, o qual ficou conhecido pela data da sua assinatura — 10 de Agôsto de 1890 — o antaginsta do político [Serpa Pimentel] nomeou-o embaixador extraordinário em Londres para realizar aquela obra melindrosa. Aceitou. […]. Foi longa, mordaz e cruel a campanha contra Barjona de Freitas que, no regresso da capital britânica, se defendeu com a sua serenidade espirituosa e por vêzes cheia de desdém. […]. Deixou fama a sua veia satírica, cheia de graça, quásí sempre bem portuguesa. […]”.