LOBÃO (Manuel de Almeida e Sousa de) [1745-1817].— DISSERTAÇÕES SOBRE OS DIZIMOS ECLESIASTICOS, E OBLAÇOES PIAS. LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. Anno 1819. — ‘Com Licença.’ In-4.º de IV-171-[I] págs. E. no mesmo volume:
——— TRACTADO PRATICO COMPENDIARIO DAS PENSÕES ECCLESIASTICAS CONFORME O DIREITO CANONICO ANTIGO, NOVO, E NOVISSIMO; ESTILOS DA CURIA ROMANA; OPINIÕES MAIS DEPURADA; E REGALIAS PARTICULARES DO NOSSO REINO. LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. ANNO 1825- — ‘Com Licença.’ In-4.º de IV-221-[I] págs. E.
Manuel de Almeida e Sousa [de Lobão] “(…) contava 16 anos de idade quando, depois de cursar os preparatórios, entrou para a Universidade de Coimbra onde se formou em Cânones em 1766, antes da reforma do Marquês de Pombal.Não se doutorou, contudo, nem quis seguir a magistratura, procurando antes habilitar-se proficientemente como advogado. Para isso, passado um ano depois de obter o seu grau de bacharel, foi para Lobão [Viseu], disposto a especializar-se nas matérias forenses, praticando com o muito sábio advogado dessa época, Estanislau Lopes, que gosava de grande reputação. Por ali se foi deixando ficar, constituindo família e consubstancialmente de tal maneira com a terreola, que até lhe tomou o nome como apelido, quando o seu verdadeiro nome era Manuel de Almeida e Sousa, ficando assim a ser conhecido na história da jurisprudência portuguesa pelo ‘Lobão’, denominação que boamente aceitou, e que se encontra à testa das obras que depois imprimiu. A fama dos seus conhecimentos jurídicos não tardou a espalhar-se pelo País, e logo de toda a parte começaram a afluir as consultas, porque sempre que surgia algum pleito difícil, todos recorriam ao seu conselho de grande advogado. Os seus escritos passaram a estar presentes em todos os tribunais do reino e a sua fama generalizou-se, a despeito da sua existência oculta na pequena terra onde vivia. Quando os monges de Santa Cruz de Coimbra disputaram os direitos e jurisdições sobre o Isento, com D. Francisco de Lemos, bispo da mesma diocese, Lobão foi chamado por aqueles para advogar a sua causa. Mas, dois anos se passaram em disputas intermináveis, e o advogado de Santa Cruz, fatigado por um excesso de trabalho a que não estava habituado, teve de recolher a sua casa e regressar a Lobão com uma doença que durante alguns anos o impossibilitou de trabalhar. Contudo, nem os seus impedimentos físicos, nem as muitas procurações que havia de várias congregações religiosas e de inúmeros particulares, bem como o ter que atender a constantes consultas de pessoas que o procuravam o impediram de continuar a dedicar-se a um aturado estudo da jurisprudência portuguesa, ou de ditar ou continuar ele próprio a escrever numerosas obras que deixou, em documento da sua erudição e prodigiosa memória. (…)”.
Encadernação contemporânea com lombada de pele.