DOMINGUES (Mário).— D. DINIS E SANTA ISABEL. Evocação Histórica. Romano Torres. [Lisboa. 1967]. In-8.º de 363-V págs. B.
“Sendo dos mais importantes da história de Portugal, o reinado de D. Dinis não é dos mais divulgados entre nós. Dele se conhecem melhor as bonitas lendas do que as belas e fortes realidades, ‘O Lavrador’ foi certamente o primeiro grande estadista português, com extraordinária visão de conjunto dos problemas nacionais e uma percepção admirável do pormenor essencial. Terminada por seu pai a guerra de reconquista nesta estreita faixa da Península, em que se estabelecia definitivamente o reino de Portugal, a maior preocupação deste monarca foi criar bases sólidas de vida pacífica e desafogada ao povo português. (…)
“Inteligente, culto, poeta sensível, bondoso por índole, conhecê-lo mais intimamente constitui prazer inigualável para quem se debruça sobre a sua existência extraordinária. (…). Realizou uma obra gigantesca de fomento económico e de cultura intelectual. A colonização interna, a defesa do território, a agricultura, a marinha, a organização e prestígio da justiça, e tantos e tantos outros problemas fundamentais mereceram-lhe soluções das mais sensatas que se podiam conceber no seu tempo. (…).
“Este monarca excepcional teve a seu lado uma esposa excepcional: D. Isabel, a Rainha Santa, como o povo começou a chamar-lhe. Os dons de cordura e bondade deste casal de monarcas criaram-lhes um lugar de relevo ímpar na história nacional. A obra de caridade realizada pela soberana, toda ternura e amor ao próximo, lançou a semente de uma assistência social que, ainda nos nossos dias, sob o aspecto humano, não se logrou ultrapassar. (…)”.