FORTES (Manuel de Azevedo) [1660-1749].— O ENGENHEIRO // PORTUGUEZ: // ‘DIVIDIDO EM DOUS // Tratados.’ // TOMO PRIMEYRO. // QUE COMPREHENDE A GEOMETRIA PRATICA // sobre o papel, e sobre o terreno: o uso dos instrumentos // mais necessarios aos Engenheiros: o modo de desenhar, // e dar aguadas nas plantas Militares; e no Appen- // dice a Trigonometria rectilinea. // ‘OBRA MODERNA, E DE GRANDE UTILIDADE // para os Engenheiros, e mais Officiaes Militares.’ [TOMO SEGUNDO, // QUE COMPREHENDE A FORTIFICAÇAÕ // regular, e irregular: o ataque, e defensa das Praças; // e no Appendice o uso das Armas de guerra. // ‘OBRA MODERNA, E DE GRANDE UTILIDADE // para os Engenheiros, e mais Officiaes Militares: tirada dos mais celebres Authores, e dos Diarios das // ultimas guerras da Europa.’ // […] // M. DCC. XXIX]. // Composta // Por MANOEL DE AZEVEDO // FORTES, // […] // LISBOA OCCIDENTAL: // Na Officina de MANOEL FERNANDES DA COSTA, // Impressor do Santo Officio. // M. DCC. XXVIII. // ‘Com todas as licenças necessarias’. 2 vols. In-4.º peq. de LXIV-537 [aliás 534] págs.; uma Taboada dos Redutores + 11 estampas; e XIV-492 [aliás 490] págs.; uma gravura de «Albuquerque» [de Rochefort datada em 1729] + 22 estampas. E.
Primeiro tratado português de Engenharia Militar, apontado por Inocêncio como "Obra magistral, bem escripta e coordenada, e que formava um tractado de fortificação e de ataque e defensa de praças, tão completo como os melhores que até áquelle tempo haviam publicado nos paizes mais cultos da Europa."
O autor, destacado engenheiro e militar portugês cuja sólida formação técnica alcançada na Europa lhe proporcionou a cadeira de Matemática na Academia Militar da Fortificação Portuguesa e o cargo de engenheiro-mor do Reino, foi académico da Academia Real da História.
Recorda F. A. Martins de Carvalho no «Dicionário Bibliográfico Militar Português» que “Sendo muito moço passara à França e Itália, para aí se instruir em diversas ciências em que se tornou tão distinto que chegou a ser professor da Universidade de Siena. […]”.
Primeira edição, ilustrada, no primeiro tomo, a págs 24, com uma ‘Taboada dos Redutores’ gravada em chapa de cobre e impressa em folha desdobrável, no final também gravadas a buril e impressas em folhas desdobráveis, com 11 estampas que ilustram o texto.
No segundo tomo, com uma portada aberta em chapa de aço [de Rochefort fecit 1729] onde se representa a disputada ‘Fortaleza de Albuquerque’ [Badajoz], tendo em primeiro plano representadas a cavalo, as figuras de Peter Carle, do Conde das Galveias e do Conde de Vila Verde, protagonistas da tomada daquela praça forte durante a guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714), que esteve sobre domínio português entre 1705 e 1716. Encerra este volume com mais um conjunto de 22 estampas, gravadas segundo o processo anteriormente descrito.
Dedicatória dirigida a D. João V, encabeçada com uma bela gravura representando as ‘Armas Reais’ [assinada L Simon Neall], ladeadas por elementos alegóricos. Edição decorada com variados e nítidos cabeções de enfeite ao longo dos dois volumes.
Encadernações contemporâneas em carneira, na lombada com nervuras, ferros gravados a ouro e rótulos vermelhos.
Ambos os volumes com uma assinatura da época no frontispício (manchada).
O primeiro volume com restauros marginais nas estampas; a estampa VII com uma mancha; a estampa XI, com um rasgão (restaurado) que ofende parcialmente o canto superior direito da mancha tipográfica.
O segundo volume, com todas as estampas intactas à excepção das estampas IX, XVII, XXI e XXII que apresentam suaves manchas de humidade; a estampa XI com um pequeno restauro no canto superior direito.