REFOIOS (Francisco Saraiva da Costa) [Barão de Ruivos].— ESCLARECIMENTOS // SOBRE ALGUNS FACTOS // REFERIDOS NA APOLOGIA // DO CORONEL // JERONIMO PEREIRA DE VASCONCELLOS. // IMPRESSA E PUBLICADA EM LISBOA // COM DATA DO 1.º DE FEVEREIRO DE 1835. // [pequena xilogravura com uma paisagem] // LISBOA. // [travessão tipográfico] // NA TYPOGRAFIA PATRIOTICA // De Carlos José da Silva. // (Rua d’Atalaia nº 33, 1.º andar.) // 1835. In-8.º de 28 págs. B.
Curioso opúsculo e interessante subsídio para a história dos confrontos militares sucedidos entre liberais e absolutistas em 1828 durante a sublevação militar contra o regime miguelista, conhecido por ‘Belfestada’. Com especial interesse para a história dos confrontos militares sucedidos nos arredores de Coimbra e da retirada do exércitio liberal em Cruz de Morouços em junho de 1828.
Diz Inocêncio que este folheto, ao lado de outros que inumera, serviu para “firmar o credito de brioso” de Jeronimo Pereira de Vasconcelos, general visconde da Ponte da Barca.
“(…) porque supposto tive a para mim mui distincta gloria de commandar as Tropas fieis, que se reuniram em Coimbra, em tão gloriosa como desgraçada epocha; estou com tudo certo, que o Historiador, tendo rigoroso dever de averiguar imparcialmente os factos, e a sua origem, e circunstancias, me fará justiça, (…); mas a Apologia do Coronel Vasconcellos, invocando o meu testemunho (…) sobre os factos nella referidos, e sobre outros (…) estando connexa com elles a honra e reputação de muitas pessoas benemeritas, fui obrigado, para que o meu silencio não fosse reputado, como approvação daquelles factos, fazer, como Membro da mesma Camara, algumas reflexões sobre elles (…).
No final, com 8 cartas dirigidas ao autor e em resposta a um seu pedido de esclarecimento a propósito dos acontecimentos sucedidos em Junho de 1828, assinadas por António José Joaquim de Miranda, António Luis de Seabra, Francisco da Gama Lobo, J. J. Gerardo de S. Paio, J. Baptista da Silva Lopes, Joaquim José de Queiroz, Joaquim António de Magalhães e Visconde de Sá da Bandeira.
O autor, natural da Guarda, acompanhou a família real na sua fuga para o Brasil em 1807, tendo regressado a Portugal em 1821. Em Abril de 1824 e o lado das forças liberais, participou na revolta da ‘Abrilada’, pelo que foi encarcerado em Peniche. Em 1826 foi nomeado governador militar de Santarém e em 1828 governador do Porto. Aclanado D. Miguel rei absoluto, foi chamado a Lisboa sob escolta, tendo-se evadido em Coimbra para se juntar às forças liberais. Derrotadas as forças liberais, viu-se obrigado ao exílio, tendo seguido a bordo do ‘Belfast’, rumo a Inglaterra. Condenado à morte, à revelia, pelos tribunais militares Miguelistas, veio a integrar as forças que foram para a Terceira às ordens da Regência de Angra, onde ingressou na loja maçónica, ‘11 de Agosto de 1829’. Extinta a Capitania Geral dos Açores em 1832 e criada a Província dos Açores, exerceu a função de primeiro prefeito até à sua extinção por decreto de 28 de Junho de 1833. Em 1835 foi feito 1.º Barão de Ruivós e Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e da Ordem Militar de Avis e Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito
Capa da brochura em papel de fantasia, não contemporâneo.