CASTELO BRANCO (Camilo) — [COGUMELOS (D. Rosaria dos) [Pseud.].— ESTUDOS DO CORAÇÃO E DO FIGADO. Typos Nacionaes d’Aveiro por D. Rosaria dos Cogumellos. Excerptos do Jornal Porto e Carta. J. Bernardo, Editor. [S.l.n.d. – Lisboa. 1910?]. In-8.º de 22 págs. B.
Curioso opúsculo que reproduz excertos do jornal ‘Porto e Carta’ de 13, 23 de Abril e 11 de Maio de 1855, publicados sob pseudónimo de Camilo ‘D. Rosária dos Cogumellos’, apresentado como pertencendo à esposa de ‘José Mendes Enxúndia’, também ele pseudónimo usado por Camilo, no mesmo ano e periódico.
No ‘Dicionário de Camilo’ refere Alexandre Cabral: “José Luciano de Castro, Advogado, jornalista e sobretudo político eminente, (…). foi um dos homens mais influentes na vida portuguesa nos últimos anos do antigo regime, tendo exercido os mais elevados cargos da administração pública: de deputado a ministro e chefe de governo (diversas vezes). (…)No domínio da política fundou, com outros, o Partido Progressista (1876), ocupando a sua presidência aquando da Revolução de 5 de Outubro de 1910, que implantou a República em Portugal.
“A primeira refrência que encontramos a José Luciano na produção de Camilo não é favorável ao futuro estadista. Foi numa das cartas de «José Mendes Enxúndia» ao padre Serapião d’Algures, na qual o autor atribui a sua esposa, «D. Rosária dos Cogumelos», o trecho em que analisa chistosamente o ‘Boletim da Torreira’, colaborado por José Luciano no começo da sua carreira política (era deputado em 1854).
“Sabemos que o tribuno foi testemunha de acusação no processo de adultério (1861), afirmando nunca ter ouvido dizer que o escritor fosse adúltero, nem que tivesse residido em Lisboa com a ré, Ana Augusta Plácido. Sabemos também que se estreitaram as relações pessoais, tendo-se cavado um abismo entre o chocarreiro literato de 1855 e o suplicante visconde de 1885. (…)”.
A capa da brochura apresenta os seguintes dizeres: «D. Rosaria dos Cogumellos. José Luciano de Castro. Do jornal «Porto e Carta» de 1855 de que foi redactor Camillo Castello Branco».
Edição única isoladamente publicada deste muito curioso escrito de Camilo, originalmente assinado sob pseudónimo.