ESTUDOS PORTUGUESES. Homenagem a Luciana Stegagno Picchio. Difel. [1991]. [Dim. aprox. 17×23 cm.]. LVIII-1132 págs. E.
“ (…) Quem rapidamente consultar a ‘Bibliografia de L. S. P. organizada para esta ‘Miscelânea’ logo reconhecerá nela im ‘iter’ de interesses múltiplos abertos em 1951 com o primeiro «exercício» de tradução do português para italiano, o ‘Romance da Raposa’ de Aquilino Ribeiro. Cinco anos mais tarde viria o brasileiríssimo ‘Fogo Morto’ de José Lins do Rego. Foi talvez então que a diversidade na unidade, neste caso de expressão ultramarina em relação à mãe-pátria dentro do universo de língua portuguesa, começou a estimular a atenção da investigadora: «procurava reconhecer e reconstituir na sintaxe aberta de José Lins, na sua prosa elíptica, saltitante, no seu discurso oral cheio de coloquialismos de casa grande e de senzalas paraibanas, os padrões de uma língua portufuesa metropolitana, até àquele momento, considerados únicos […]. Aprendi a jogar com o expressionismo linguístico, luso-brasileiro, luso ‘versus’ brasileiro, brasileiro. Portugal continua sendo o meu trabalho quotidiano; o Brasil é a festa […], o exotismo […], a meditação social, a fala suave» (Discurso de posse na Academia Maranhense de Letras (…)”. Entre múltiplas convergências e iguais divergências serão as duas realidades primeiras a converterem-se em metas de estudo: uma cultura comum separada e unida, o ‘cá’ e o ‘lá’, o passado antigo e o passado próximo, Gil Vicente e Guimarães Rosa, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade, Camões e Murilo Mendes, só para citar alguns dos assuntos estudados por L. S. P.”.
No final com um utilíssimo e extenso ‘Índice Onomástico’.
Do índice: I. Lírica Galego-Portuguesa Medieval [colaboração de Carlos Alvar, Vicente Beltrán, Rip Cohen, Albert Gier, Thomas R. Hart, Walter Mettmann, Xesús Alonso Montero, Domingos Prieto Alonso, Maria Ana Ramos, Francisco Rico, Xose Filgueira Valverde, Maria da Conceição Vilhena]; II.História do Teatro Português [colab. de John Correia Afonso, S. J., José Luis Alonso Hernández, José Ares Montes, Eugenio Asensio, Arthur L. F. Askins, Cleonice Berardinelli, Roger Bismut, Pierre Blasco, António Cirurgião, Ana Cristina Leite e Paulo Pereira, Osório Mateus, Luis Francisco Rebelo, Stephen Reckert, M. Idalina Resina Rodrigues, Urbano Tavares Rodrigues, Adrien Roig, ; Leonor Machado de Sousa, C. C. Stathatos, Stanislav Zimic]; III. Estudos Camoneanos [colab. de António Soares Amora, Vanda Anastácio, Leodegário A. de Azevedo Filho, Claude Henri Frèches, Kenneth David Jackson, Helder Macedo, Américo da Costa Ramalho, Luis de Sousa Rebelo, António José Saraiva]; IV. Estudos Pessoanos [colab. de Luís Albuquerque, Beatriz Berrini, Robert Bréchon, Joaquim Francisco Coelho, Nelly Novaes Coelho, Sílvio Elia, M. Aliete Galhoz, Janina Z. Klawe, Jean R. Longland, M. Vitalina Leal de Matos, Massaud Moisés, Marian Papahagi, Andrée Rocha, José Sasportes, Maria Alzira Seixo]; V. Vária [colab. de Isabel Allegro Magalhães, Manuel Alvar, A. Martins de Araújo [Turu Maruyama], Mario Carelli, J. Aderaldo Castello, Celso Cunha, Sylvie Deswarte, Pere Ferré, Eduardo Lourenço, Alfredo Margarido, José V. de Pina Martins, Graça Almeida Rodrigues, Paul Teyssier, Frederick G. Williams].
Edição patrocinada pelo Instituto de Cultura e Língia Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação do Oriente e Secretaria de Estado da Cultura, integrada na colecção «Memória e Sociedade – Série Especial».
A propósito desta publicação, transcrevemos parcialmente a recenção crítica publicada no «Colóquio Letras», n.º 140/141: “(…) Se tivéssemos que destacar, nesta riqueza ensaística — excepção evocativa é «Fernando Pessoa numa Noite de Verão» (…) de Luís Albuquerque —, o que mais nos tocou, daríamos a primazia a Maria Aliete Galhoz, «Em torno ao Poema de Fernando Pessoa ‘O Sino da Minha Aldeia’ — Nota Preliminar e Breve Achega ao Seu Estudo» (…), onde se convoca a quase certa influência das ‘Poesias’ (1851) de Luis Augusto Palmeirim (1825-1893) no poeta ortónimo.