CEVALHOS (D. Pedro de).- EXPOSIÇÃO DOS FACTOS, E MAQUINAÇÕES, COM QUE SE PREPAROU A USURPAÇÃO DA COROA DE HESPANHA, e dos meios que o Imperador dos Francezes tem posto em pratica para realiza-la. Escrita em Hespanhol por D. Pedro Cevallos, Primeiro Secretario de Estado, e do Despacho de S. M. C. Fernando VII. Traduzida em Portuguez, ‘E publicada para desengano da Nação, e conhecimento da detestavel Protecção Franceza.’ Lisboa, Na Nova Officina de João Rodrigues Neves. Anno M. DCCC.VIII. In-8.º de 103-I págs. Desenc.
Importante e muito divulgado panfleto com interesse para a história das Invasões Peninsulares. Dado à imprensa em 1808 em Madrid, Málaga e Lisboa e no mesmo ano reeditado nas capitais de Portugal e Espanha, este panfleto vem documentado, de págs. 53 até ao final, com uma extensa colecção de ‘Documentos Justificativos’.
Diz A. Pedro Vicente num trabalho publicado na ‘Revista de História das Ideias’ [Vol. XX], intitulado ‘Panfletos Anti-Napoleónicos durante a Guerra Peninsular’: “A Europa estupefacta aprende as razões do conflito através de um panfleto do estadista Cevallos, que lhe revela “os meios empregues por Napoleão para usurpar a corte de Espanha. (…) Os sentimentos nacionais misturam-se com a exaltação religiosa para dar, de Napoleão uma imagem inesperada, a de anticristo, e traduzir em visões de Apocalipse a tomada de Saragoça, após a heroica resistência de um general de 28 anos, Palafox.”
Borba de Moraes regista a edição que apresentamos sublinhando: “Relevant documents are printed at the end of the book. The Portuguese government ordered it to be translated and distributed widely, and several reprints appeared in the same year in Lisbon. It was reprinted once by the Impressão Regia in Rio de Janeiro.”
Innocêncio regista esta obra, dizendo não saber se Fr. Manuel de S. Joaquim Maia foi autor [tradutor] ou editor deste opúsculo, continuando: “(…) Além das referidas, ha ainda outra edição do mesmo opusculo (sendo porém a traducção diversa) feita na Offic. de João Rodrigues Neves (…)”. Por comparação entre exemplares impressos na Impressão Regia, na Off. Simão Thadeo Ferreira e por último, na Nova Officina de João Rodrigues Neves, todos impressos em 1808, cremos tratar-se da mesma tradução, embora com diferente paginação.