VELOSO (Fr. José Mariano da Conceição).— O FAZENDEIRO // DO BRAZIL // CRIADOR. // Melhorado na economia rural dos generos já culti- // vados, e de outros, que se podem introduzir; // e nas fabricas, que lhe saõ proprias, se- // gundo o melhor, que se tem escrito // a este assumpto: // DEBAIXO DOS AUSPICIOS // E DE ORDEM // DE // SUA ALTEZA REAL // PRINCIPE REGENTE // NOSSO SENHOR. // Collegido de Memorias Estrangeiras, // PUBLICADO // POR // (…) // ‘Do Leite, Queijo, e Manteiga’. // LISBOA // NA TYPOGRAPHIA CHALCOGRAPHICA, TYPOPLASTICA, // E LITTERARIA DO ARCO DO CEGO. // —— // M. DCCCI. In-8.º de VIII-250 [aliás 249]-II págs. E.
Raríssima publicação, dada à imprensa na ‘Casa Literária do Arco do Cego’, ilustrada com 2 gravuras desdobráveis.
Publicação inteiramente dedicada à produção do leite e dos seus derivados, descrita por Borba de Moraes na ‘Bibliographia Brasiliana’, onde ficou também reproduzido o respectivo frontispício: “Veloso intended to publish, in conjuncture with the ‘Fazendeiro do Brasil’ in ten volumes dedicated to agriculture, another series entitled ‘Fazendeiro do Brasil criador’ in which, as he states in the preface, he proposed to publish reports explaining to the landowners how they might obtain greater profit from their animals. Unfortunately only the first volume of this series appeared, which deals with milk, cheese, and butter.
“This volume is extremely difficult to find.”
Sobre o autor, naturalista brasileiro e figura da maior relevância na difusão das ciências e das técnicas aplicadas ao desenvolvimento económico do Reino de Portugal e do Brasil, Palmira M. Rocha de Almeida recorda que Fr. Mariano da Conceição Veloso Xavier, “primo de Joaquim José da Silva Xavier, o ‘Tiradentes’, tomou o hábito franciscano no convento de São Boaventura da Província Franciscana da Imaculada Conceição, (…), em 1761, tendo professado no ano seguinte e recebido as ordens sacras em 1766, no convento de Santo António, no Rio de Janeiro (…). Percorreu exaustivamente o território do Rio de Janeiro, com a finalidade de estudar a flora espontânea da região e coligir os elementos recolhidos. Para poder desenvolver esta tarefa, que se prolongou por vários anos, beneficiou da protecção do Vice-Rei do Brasil, Luís de Vasconcelos e Sousa, e quando este regressou a Portugal, em 1790, no termo do mandato, veio integrado na sua comitiva, trazendo o manuscrito da ‘Floræ Fluminensis’, o herbário e diverso material museológico. Em Lisboa, no Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda continuou o estudo e classificação de espécies naturais e tornou-se membro da Academia Real das Ciências. Em 1799 foi nomeado director da Casa Literária do Arco do Cego, tipografia onde exerceu uma atividade de grande relevo, (…). Regressou ao Brasil, incluído no séquito que acompanhou a família real, na armada que saiu a barra do Tejo em 29 de novembro de 1807, na sequência da invasão de Portugal pelo Exército napoleónico. (…)”.
Encadernação da época, desconjuntada. As gravuras apresentam um pequeno rasgão junto a uma das dobras, já reforçado com fita reversível e livre de acidez.