VIDOEIRA (Pedro).- A FIDALGA DO JUNCAL. (Romance contemporaneo). Lisboa. Livraria Editora Viuva Tavares Cardoso. 1904. In-8.º de 463-III págs. E.
Interessante romance de costumes com referências a algumas localidades portuguesas, cujas primeiras linhas, dedicadas à cidade do Porto, descrevem a chegada à estação de Campanhã e os preparativos para uma viagem que se cumprirá em Barcelos [“Americanos pesados e alguns trens, vindos da Praça Nova e da Batalha, acabavam de largar na estação de Campanhã os passageiros que do Porto se destinavam á linha do Minho pelo comboio das dez e meia. (…)”]. Pedro Vidoeira continua com pormenorizada descrição ao longo de várias páginas da azáfama vivida naquela estação de caminhos de ferro, seguindo o vivo e cinematográfico relato a propósito de uma viagem em transporte férreo na linha do Minho. Chegados à cidade de Barcelos, onde decorre a acção principal da história: O Solar do Juncal [”O solar ficava um pouco afastado da estrada, no sopé de dois corpos distintos — um antigo e de construcção medieva, com seus torreões aneados e pannos de muralhas guarnecidos de setteiras; outro de fabrica recente e bella apparencia, accusando na sua harmonica disposição o gosto muito apurado de um intelligente architecto (…)”].
Pedro Vidoeira distinguiu-se na imprensa ao lado de Pinheiro Chagas, Júlio César Machado e outros escritores da época, fundou o jornal de caricaturas e teatro «O Duende» e «O Contemporâneo» de que também foram fundadores Sousa Bastos, Gervásio Lobato e Salvador Marques; traduziu livros de Júlio Verne e numerosos dramas que foram representados por Augusto Rosa, de quem era cunhado.
Encadernação antiga, com lombada de pele.