FARO (José Dionísio de Melo e) [Conde de Monte Real].— FORÇAS DEFENSIVAS DE PORTUGAL — HOJE E ÁMANHÃ. […]. Lisboa. Typographia Universal. […]. 1868. In-8.º gr. de 82-[II] págs. Desenc.
Primeira edição deste raríssimo opúsculo composto de XIV capítulos, dos quais três, em 1940, viriam a ser incluídos na edição de um inédito datado de 1851, compilada por Artur Pôrto de Melo e Faro, intitulado «Mapa Corográfico e Histórico do Reino de Portugal».
Segundo apuramos no «Dicionário Bibliográfico Militar Português» de F. A. Martins de Carvalho: “O autor, apesar de pertencer à classe civil, discorre inteligentemente no seu livro acerca de alguns assuntos militares, sobressaindo os que se referem à educação militar, armamento, fortificações, marinha de guerra, etc. e apresenta vários alvitres para defesa do nosso território, na convicção de que Portugal possui bastantes recursos para sustentar a sua posição de país livre e repelir à mão armada qualquer tentativa contra a sua independência. O autor viu confirmadas algumas das suas doutrinas no jornal francês ‘Revue maritime et coloniale’, e teve a satisfação de ver traduzido o seu trabalho em alemão e francês.”
“Temos dado insensivelmente a este trabalho mais amplitude do que a que convinha para tornal-o accessivel e lido pelo maior numero; mas o assumpto é de si tão largo, que custa a restringil-o sem lhe prejudicar a clareza, e diminuir o alcance: eis porque alguns capitulos attingiram proporções, que, pelo menos, não estavam nos limites do programma que haviamos imaginado.
“Apezar d’isso, porém, não podemos dar por concluida a tarefa que emprehendemos sem mais algumas considerações que esclarecem e completam, não só as idéas geraes que deixámos apontadas ácerca da urgencia de nos collocarmos em estado de defesa e dos meios que para isso devemos empregar, como a intenção que dictou essas idéas.
“Referimo-nos em principio ao artigo da ‘Epoca’, sobre a invasão de Portugal por forças hespanholas, e depois á opinião expendida pelo imperador Napoleão de que as pequenas nações tendem, por força do destino, a formar maiores agrupamentos; mas Portugal não tem razão plausivel para inquitar-se com semelhantes manifestações, se, como lhe cumpre, estiver preparado para qualquer eventualidade. […]”.
Com uma singela dedicatória de oferta, do autor.