S. BOAVENTURA (Frei Fortunato de).— GOLPE DE VISTA, // EM QUE EM COMPENDIO, // MAS EM LUZ CLARA, E BRILHANTE SE PROPOEM // AS RAZÕES, E FUNDAMENTOS // QUE DEMONSTRÃO, A PONTO DE EVIDENCIA, // A LEGITIMIDADE DOS DIREITOS D’ELREI // O SENHOR // DOM MIGUEL I. // AO THRONO DE PORTUGAL, // DE QUE SE ACHA DE POSSE PARA FELICIDADE DESTE REINO: // OFFERECIDO //A’ PORÇÃO DA NAÇÃO PORTUGUEZA // MENOS INSTRUIDA, E PERSPICAZ, // PARA FACILITAR-LHE A INTELLIGENCIA, E INSTRUCÇÃO // A RESPEITO DESTE TÃO INTERESSANTE OBJECTO. // POR **** // EM 10 DE MARÇO DE 1829. // [brazão com as armas de Portugal] // LISBOA: // NA IMPRESSÃO REGIA. ANNO 1829. // [travessão de fantasia] // ‘Com Licença da Mesa do Desembargo do Paço. In-4.º de 19-I págs. Desenc.
Curioso folheto, não registado no «Dicionário Bibliográfico Português». Ernesto do Canto no «Ensaio Bibliográfico» diz haver “bom fundamento para attribuir a Frey Fortunato de S. Boaventura este escripto.”
“Eis-aqui em hum rapido Golpe de Vista, e na mais clara luz, e evidencia a Justiça, e Legitimidade dos Direitos, com que o Senhor D. Miguel I se acha (felizmente para Portugal!) assentado no Throno deste Reino, e nelle inconcussamente firmado.
“Ainda os mais rusticos, e de curto entendimento, a não serem absolutamente estupidos, huma vez que tenhão olhos para ler, no caso de saberem ler, ou que tenhão ouvidos para ouvirem a quem souber ler, podem, e devem á primeira intuição ficar inteira, e seguramente convencidos de que o Senhor D. Miguel I he o nosso unico, e legitimo Rei, e Soberano, e de que a elle só devem os Portuguezes, sem a mais leve sombra de hesitação, antes com inabalavel firmeza, e constancia, prestar a mais fiel, e exacta obediencia, como verdadeiros Portuguezes, e Vassallos reverentes, e amantes.”