PEREIRA (José Diogo da Fonseca) [1780-1864].— GRITO DA LIBERDADE: // CONTRA HUM DE SEUS // MAIORES INIMIGOS: // O // PELOS POVOS // ‘SEMPRE ABORRECIDO SYSTEMA’ // DE TRIBUTOS DIRECTOS. // […] // ‘LISBOA’: 1835. // [vinheta tipográfica] // NA TYPOGRAPHIA DE FILIPPE NERY. // +Rua dos Ourives da Prata n.º 17, 1.º andar,’ In-4.º peq. de 62-IV págs. B.
“Quanto menor he o credito de qualquer Escriptos, menos temivel e menos perigoso he o contagio de seus erros, porque ninguem se acha em dispozição de crer, o que elle escreve, só por elle o escrever. Se entre muitos erros lhe accontece dizer, como por accazo, alguma verdade util, a verdade não deixará de ser verdade, e de merecer devida aceitação, pelo motivo de ser dicta por elle; e se he tão infeliz, que em tudo se engana, ficará sendo unicamente delle, porque será para os outros esteril, e sem consequencia, o seu engano.
“A consideração pois de ser nenhum o meu credito, como Escritor, parecendo talvez, que deveria desanimar-me, he pelo contrario, quem me afouta a publicar francamente neste folheto em poucas palavras o meu bom ou máo juizo sobre huma questão da mais immediata e deciziva influencia no bem ou mal publico de qualquer Nação, e no particular de cada hum dos individuos, que a formão; a saber; se he melçhor haver por tributos indirectos, ou se por directos, o dinheiro necessario para as despezas publicas della (…)”.
Conforme apuramos na «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira» o autor, “Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, n. em Peniche em 1780 e m. em 1864. Foi corregedor em Angra, onde estava em 1826, quando se jurou a Carta Constitucional. Depois de 1833 recolheu-se à vida particular em Peniche, desempenhando ainda o cargo de administrador do concelho em 1846. Foi correspondente do ‘Progresso, Português’ e ‘Atalaia Católica, de Braga (…)”.
Embora com pequenos defeitos, conserva a capa da brochura.