HABITANTES DO DISTRICTO DE BRAGA. [Governo Civil de Braga 6 de Julho de 1846]. Folha com 29,5 x 42 cm.
Raríssima folha volante assinada por Francisco Lopes d’Azevedo Velho da Fonseca, então Governador Civil do Braga, publicada no ano em que ocorreu a ‘Revolução de Maria da Fonte’, sublevação que mais tarde se propagou ao país e provocou a substituição do governo de Costa Cabral, a 20 de Maio de 1846.
Com esta ‘folha’ procurou o Governador Civil unir a população de Braga junto de Sua Magestade e do seu Governo. “O movimento nobre e generozo, que fizestes, e que concorreu poderosamente para a quéda de hum Ministerio déspota e odiado precisa finalmente de se tornar huma realidade, o Governo de Sua Magestade não pode levar a effeito as saudaveis medidas, que tem adoptado para a felicidade da Nação sem que os povos obedeçam ás leis e ás authoridades (…)”.
Segue o documento com referência ao combate dos conspiradores: “Huma guerrilha ousou no sitio das Neves do Districto de Viana levantar esse grito infausto, que renova nossas antigas dissenções fratrecidas [sic] , grito, que a grande maioria dos Portuguezes reprova (…) se em outro tempo homens honestos, e de probidade poderão servir com honra a nossa velha monarquia, nenhum hoje deixa de reconhecer, que o principe desterrado já não representa senão um partido fraccionado, e perdido, estranho ao seculo em que vive (…) A RAINHA A SENHORA D. MARIA II. e a Carta Constitucional da Monarchias são hoje a ancora sagrada (…) Os desgraçados, que se desmascararão já soffreram o merecido castigo; uma força do Regimento N.º 3 de Infanteria, reunida a outra força de leaes paisanos armados os atacou nas freguezias de Deocriste e Deão, e tendo deixado alguns mortos, os restos correm fugitivos e dispersos pelos montes desta Provincia.” (…).
“Habitantes do Districto de Braga! não vos deixeis illudir. Reflecti que se o fizerdes sereis os desgraçados instrumentos dos Cabralistas: reflecti que são elles quem vos instigão; os que procurão precipitar-vos no abismo, e os que depois de vos haverem fustigado com o açoute do despotismo, tentão agora vingar-se de vòs arrastando-vos desgraçadamente á anarchia. (…)”.