BOTELHO (Bernardo de Brito) ou CUNHA (Bento da). — HISTORIA // BREVE // DE COIMBRA, // SUA FUNDAC,AM, ARMAS, // Igrejas, Collegios, Conventos, e Universidade; // ‘DEDICADA’ // AO SENHOR // PEDRO HASSE // BELLEM, // Fidalgo da Casa de Sua Magestade, e Commenda- // dor da Ordem de Christo. // ‘ORDENADA’ // PELO LICENCIADO // BERNARDO DE BRITO BOTELHO, // Natural da Cidade de Miranda, formado na Faculdade dos // Sagrados Canones, e Juiz dos Orfãos, que foy na mes- // ma Cidade. // [florão antropomórfico] // LISBOA OCCIDENTAL, // NA OFFICINA FERREIRIANA. // —— // M.DCC.XXXIII. ‘Com todas as licenças necessarias. In-12.º gr. de IV-II-26 págs. E.
Primeira edição, de grande raridade, apreço e curiosidade, dedicada “Ao Senhor Pedro Hasse Bellem, Fidalgo da Casa de Sua Magestade, e Commendador da Ordem de Christo”, por Manoel da Conceição.
António Francisco Barata, na «Advertencia» publicada na segunda edição feita a partir de um exemplar adquirido em Lisboa, anotado marginalmente por letra do seculo XVIII, diz ter presumido “que do proprio auctor fossem aquellas notas. Examinámos o trabalho: vimos emendada a dedicatória e offerecida a outro individuo [Rodrigo Xavier Pereira de Faria, em vez de Pedro Hasse Bellém]. No prologo ao ‘Amigo Leitor’ achámos especialmente uma emenda que de todo nos trouxe a convicção de que á penna de Brito Botelho eram devidas as notas que viamos. Falando dos conimbricenses accrescenta ‘pois sempre os tratei e me trataraõ com urbanidade’. Não podia ser escripto este additamento por um estranho leitor. Via-se, por tanto, que a ‘Historia Breve de Coimbra’ estava preparada para uma segunda edição, que o auctor não lográra fazer.
“Resolvemos realisar o pensamento do ‘Juiz dos Orfãos de Coimbra’ [Bernardo de Brito Botelho], associando-nos para este fim tres homens: dois, filhos d’essa notavel cidade, antigos typographos da Imprensa da Universidade e actualmente da Nacional, em Lisboa; e um filho adoptivo da mesma terra, que ás correcções e notas do auctor acode com outras suas, nos logares em que a obra é deficiente ou n’aquelles em que o auctor é menos exacto. […]
“Do merecimento d'este livrinho diremos apenas que ainda não houve quem escrevesse sobre a cidade de Coimbra, ou que o não citasse ou que d'elle não mostre haver conhecimento, sendo, demais, a primeira publicação em ordem chronologica que expressamente se fizera sobre a historia de Coimbra”.
Obra ambiguamente atribuída por Barbosa Machado também a Fr. Bento da Cunha. Inocêncio diz que “Houve provavelmente fundamento, para nós ignorado, que o levou a esta especie de retratação”.
Cartonagem por papel marmoreado, de recente manufactura, com rótulo na lombada.