XAVIER (Alberto).— HISTÓRIA DA GREVE ACADÉMICA DE 1907. À guisa de introdução reproduz-se o célebre manifesto de Antero de Quental a explicar e a justificar, em nome dos estudantes, os motivos da sua atitude de rebeldia contra o Reitor, na «Sala dos Capelos», em 8 de Dezembro de 1862. Coimbra Editora, Limitada. 1962. In-8.º de 391-III págs. B.
“Em 1862, Antero de Quental encontrava-se no 4.º ano dos seus estudos jurídicos, em Coimbra.
“Porque — perguntará o leitor — tal referência ao ano de 1862? A razão é que esse ano foi considerado, pelos seus biógrafos, o mais feliz da vida de Antero, aquele em que o Poeta se mostrou mais ardentemente interessado pelas causas da Academia e durante o qual a sua glória e o predomínio moral se acentuaram e se fixaram. Não foi sòmente por isso. Também porque no ano de 1862 se produziu na Universidade, na Sala dos Capelos, no decurso duma sessão solene de distribuição de prémios, um incidente, provocado pelos estudantes, em que Antero de Quental participou, tendo sido encarregado por eles de redigir um manifesto ao País a explicar e a justificar os motivos determinantes daquele facto. […]”.
“[…] Não tendo até hoje aparecido alguém […], que se dispusesse a escrever a história vivida e documentada dos protestos académicos de 1907, resolvi eu tomar esta iniciativa. É que, actualmente, sou dos raros sobreviventes dessa época agitada. Por outro lado, dá-sea circunstância de ter sido um dos sete estudantes da Universidade injustamente castigados em virtude duma acção disciplinar exercida pelo Conselho de Decanos, por imposição dum chefe de governo pouco avisado, imprudente, nada psicólogo, e, para mais, obcecadamente teimoso — João Franco. […]”.
Volume profusamente documentado com ilustrações impressas à parte.
Capa da brochura com manchas de acidez.