SALGADO JÚNIOR (António).— HISTÓRIA DAS CONFERÊNCIAS DO CASINO. (1871). Lisboa. [1930. Tipografia da Cooperativa Militar]. In-8.º de 167-I-II págs. B.
Importante trabalho acerca das ‘Conferências do Casino’, ou ‘democráticas’, levadas a público em Lisboa em 1871 por iniciativa de um grupo de jovens intelectuais denominado grupo do ‘Cenáculo’. Entre os seus principais responsáveis destacaram-se Antero de Quental, Eça de Queirós, Jaime Batalha Reis, Augusto Soromenho, Adolfo Coelho, Salomão Bensabat Saragga, Manuel Arriaga e Guerra Junqueiro. No dia 26 de Junho de 1871, por ocasião da sexta conferência [Salomão Saragga: Os Historiadores Críticos de Jesus], foram proibidas as conferências por decreto por serem consideradas inimigas da religião católica e das instituições políticas do Estado.
Diz Ester de Lemos no «Dicionário de Literatura» dirigido por Jacinto do Prado Coelho: “Encaradas no seu conjunto, as «Conferências do Casino» representam entre nós a afirmação dum movimento de ideias que contagiara os intelectuais portugueses, através dos livros vindos de fora. Era o historicismo, o interesse pelas ciências políticas e sociais, a crítica positivista à maneira de Taine, o evolucionismo de Darwin, um alvorecer de interesse pelas teorias de Marx e Engels, os ecos da Internacional, o realismo em Arte como expressão dum novo ideal de vida, a crença no progresso das sociedades, conseguido através do avanço das ciências — das positivas, cujo prestígio crescia a cada instante.”
Seguiram-se vários protestos, a que Alexandre Herculano deu o seu apoio e solidariedade como católico e liberal, aproveitando a ocasião para uma vez mais atacar o ultramontanismo.
Com uma assinatura de posse no frontispício.