SOUSA (Frei Luís de) & SANTA CATARINA (Frei Lucas de).- PRIMEIRA PARTE [SEGUNDA, TERCEIRA E QUARTA] // DA HISTORIA // DE S. DOMINGOS // PARTICULAR DO REINO, E CONQUISTAS // de Portugal. // POR FR. LUIS CACEGAS // Da mesma Ordem, e Provincia, e Chronista della. // Reformada em estilo, e ordem, e amplificada em successos, // e particularidades // POR FR. LUIS DE SOUSA // Filho do Convento de Bemfica. // LISBOA // Na Officina de Antonio Rodrigues Galhardo. 1767. 4 vols. In-4.º gr. de XX-718, XXXVIII-463-[I], XVIII-[I]-447-[I] e XXVII-[I]-819-I págs. E.
A propósito da vida e Obra de Frei Luis de Sousa, diz M. Lopes de Almeida na extensa «Introdução» que fez para a edição da ‘História de S. Domingos’ integrada na colecção «Tesouros da Literatura e da História» publicada pela ilustre editora ‘Lello & Irmão’: “ (…) excelentemente arquitectada, de travejamento bem lançado e seguro, devidamente repartida como crónicas parcelares ou relações de conventos, vasta de pesquisa e informação no concernente à matéria secular, além do estilo delicioso que toda a orna e ilustra. é a ‘História de S. Domingos’. Serviu-se igualmente Fr. Luis de Sousa dos abundantes materiais deixados por Fr. Luís Cacegas, que percorrera o país visitando cartórios e investigando antiguidades, em proveitosa colheita de notícias e documentos. Elaborara o velho cronista muitas páginas de rude estilo para edificação da obra, mas tudo quanto deixara era «… hum monte de cousas indigestas, e informes: o modo de dizer ao antigo, pouco polido e falto de arte…». Houve quem quisesse que Fr. Luís de Sousa fizesse o livro como inteiramente seu, único autor, mas isto sobrepôs-se a sua inteireza moral e honradez de escritor, sentindo confessar de necessidade a dívida ao seu antecessor. (…). Imponente massa de estudo e de trabalho de composição oferece a História de S. Domingos, admirável ainda mais quando se pensa que foi obrigado várias ocorrer a solicitações distraindo-o da sua obra essencial. Velho e talvez ansiando o repouso de uma intensa actividade intelectual, no momento em que perlustrava a última parte do seu magno trabalho surgiu-lhe novo encargo. O rei, não contente com a crónica do Piedoso escrita por Francisco de Andrade, cometia-lhe a pesada tarefa dos ‘Anais de D. João III’, para a qual se preparou provendo-se de importantes materiais de investigação. (…)”
Obra de grande importância para a história dos conventos Dominicanos de Coimbra, Porto, Lisboa, Elvas, Guimarães, Tuy, Évora e Batalha.
Segunda e muito invulgar edição desta muito estimada obra clássica, ornada de letras capitais de fantasia, cabeções de enfeite e florões de remate entalhados em madeira. Todos os volumes, impressos em fino papel de linho, ostentam uma bela portada arquitectónica gravada em madeira, encimada e ladeada por figuras de Santos, com os dizeres acima transcritos,
O IV volume, da autoria de Frei Lucas de Santa Catarina, "Chronista da Ordem dos Prégadores, e Academico da Academia Real" foi dedicado a D. João V.
Boas encadernações inteiras de carneira, da época, com alguns defeitos superficiais. Com manchas de água que afectam parcialmente as margens superiores do 1.º e 3.º volumes, embora apenas tangencialmente ofendam a mancha tipográfica.