SOUSA (Frei Luís de) & SANTA CATARINA (Frei Lucas de).— PRIMEIRA [A QUARTA] PARTE DA HISTORIA DE S. DOMINGOS, particular do Reino e Conquistas de Portugal, por Fr. Luis de Cacegas da mesma Ordem e Provincia, e Chronista d'ella. Reformada em estilo e ordem, e amplificada em successos, e particularidades por Fr. Luis de Sousa, filho do Convento de Bemfica. Terceira edição. Lisboa. Typ. do Panorama. M DCCC LXVI. 6 vols. In-8.º gr. de XV-[I]-468II; IV-356; XXVII-I-526-II; 525-II; 527I e 447-[I] págs. E. em 3 vols.
Crónica de alto merecimento histórico e literário, clássico muito estimado e bastante invulgar nesta terceira edição. A quarta parte, intitulada «Chronista da Ordem dos Prégadores, e Académico da Academia Real», foi redigida por Frei Lucas de Santa Catarina.
A propósito da vida e Obra de Frei Luis de Sousa, diz M. Lopes de Almeida na extensa «Introdução» que fez para a edição da ‘História de S. Domingos’ integrada na colecção «Tesouros da Literatura e da História» publicada pela ilustre editora ‘Lello & Irmão’: “ (…) excelentemente arquitectada, de travejamento bem lançado e seguro, devidamente repartida como crónicas parcelares ou relações de conventos, vasta de pesquisa e informação no concernente à matéria secular, além do estilo delicioso que toda a orna e ilustra. é a ‘História de S. Domingos’. Serviu-se igualmente Fr. Luis de Sousa dos abundantes materiais deixados por Fr. Luís Cacegas, que percorrera o país visitando cartórios e investigando antiguidades, em proveitosa colheita de notícias e documentos. Elaborara o velho cronista muitas páginas de rude estilo para edificação da obra, mas tudo quanto deixara era «… hum monte de cousas indigestas, e informes: o modo de dizer ao antigo, pouco polido. e falto de arte…». Houve quem quisesse que Fr. Luís de Sousa fizesse o livro como inteiramente seu, único autor, mas isto sobreoôs-se a sua inteireza moral e honradez de escritor, sentindo confessar de necessidade a dívida ao seu antecessor. (…). Imponente massa de estudo e de trabalho de composição oferece a História de S. Domingos, admirável ainda mais quando se pensa que foi obrigado várias ocorrer a solicitações distraindo-o da sua obra essencial. Velho e talvez ansiando o repouso de uma intensa actividade intelectual, no momento em que perlustrava a última parte do seu magno trabalho surgiu-lhe novo encargo. O rei, não contente com a crónica do Piedoso escrita por Francisco de Andrade, cometia-lhe a pesada tarefa dos ‘Anais de D. João III’, para a qual se preparou provendo-se de importantes materiais de investigação. (…)”
Encadernações da época de pele inteira, com rótulos pintados e ferros gravados a ouro. Com um carimbo de posse nos frontispícios dos 1.º. 3.º e último volumes.