ROUSADO (Fr. António).— ‘Illustraçaõ da Nobilissima Casa de Belmonte.’ 8 folhas manuscritas. E.
Interessante treslado manuscrito oitocentista, com interesse para a história e genealogia do ramo dos Cabraes da Casa de Belmonte.
Segundo apuramos no «Armorial Lusitano», “ (…) Os Cabrais principiaram a tornar-se mais conhecidos na história com o bispo da Guarda D. Gil Cabral e com Álvaro Gil Cabral, que se recebeu com a filha única e herdeira de Diogo Afonso de Figueiredo e de sua mulher Constança Rodrigues Pereira, esta terceira neta por bastardia de D. Afonso III. Daquele matrimónio nasceram filhos continuando na sua linha primogénita o senhorio de Azurara e a alcaidaria-mor de Belmonte.
“De Álvaro Gil Cabral e sua mulher foi terceiro neto Pedro Álvares Cabral, o Navegador, e Diogo Fernandes Cabral, o qual teve de Maria de Macedo a Jorge Dias Cabral, que serviu o Imperador Carlos V nas guerras de Napoleão (…)”.
Diz Barbosa Machado na «Biblioteca Lusitana» que Fr. António Rousado, natural de Lisboa, nasceu a 11 de Novembro de 1691. “(…) Professou o habito de Eremita Augustiniano no Convento de N. Senhora da Graça da sua Patria a 29. de Setembro de 1709. Depois de ter estudado as sciencias escolasticas se dedicou ao ministerio do Pulpito, e ao estudo da Historia, em que tem feito grandes progressos, pelos quaes mereceo ser Prégador Geral da sua Religiaõ, e ter governado prudentemente os Conventos de Arronches, no anno de 1722. e de Santarem no anno de 1729.”
Entre as obras do autor impressas, Barbosa Machado refere apenas uma ‘Oração do Hercules divino Christo Jesu …’ [Officina Ritta-Cassiana, 1736], dando nota do «Pomar Genealogico, Historico, Chronologico, e Critico …» como obra pronta para impressão — cuja edição nos não foi possível identificar. Circunstância que nos leva a supor a possibilidade de nunca ter sido impressa e ter sido este treslado feito a partir do original manuscrito, conforme vem numa anotação ao alto da primeira página “Copia de Hum Titulo da Letra de Fr. Ant.º Rousado.”
Manuscrito de fácil leitura, acondicionado numa encadernação inteira de pele castanha, com as pastas marginadas com ferros gravados a ouro, tendo a da frente o respectivo título.