MACEDO (Inácio José de).— INFLUENCIA // DA // RELIGIÃO // SOBRE OS COSTUMES, // A QUAL SERVE DE RESPOSTA A’S ALEIVOSAS PROCLA- // MAÇÕES DO SILVEIRA; E AO ZELO FARISAICO DA // JUNTA, QUE SACRILEGAMENTE USURPOU O // NOME DE APOSTOLICA. // (…) // [linha de enfeite] // LISBOA: 1827. // [linha de enfeite] // NA IMPRENSA DA RUA DOS FANQUEIROS N.º 129 B. // [filete] // ‘Com licença.’ In-4.º de 20 págs. Desenc.
Opúsculo com interesse para a história das guerras liberais e do conflito entre cartistas e miguelistas que levou os chefes militares realistas portugueses, apoiados pelo governo espanhol a invadirem Portugal, antecipando assim a aclamação de D. Miguel como rei de Portugal e a aqueda da Carta Constitucional de 1826.
A propósito da ‘Junta Apostólica’ diz o Inácio de Macedo nos ‘Ensaios Politicos de Macedo, ou Collecção do Velho Liberal do Douro (…)’: “Os Ceos hão de patentear a tua ignominia, disse o Senhor pela boca de hum Propheta; e de certo, que esta prophecia cahio em cheio sobre a junta apostolica, que acaba de se descobrir a si propria, no longo Manifesto espalhado na Catalunha, e trazido sobre as azas dos zephiros aos Confrades de Portugal (…). Que eloquente Manifesto! Que peça de Arquitectura maçonica! He agora, que París carecia de hum Abade ‘Barruel’; e que Lisboa necessitava de hum novo Traductor de ‘Barruel’ para nos escrever hum ‘Segredo Revelado’ (…)”.
Também José Agostinho de Macedo ripostou contra a publicação n’’O Portuguez’ deste ‘Manifesto da Junta Apostólica’ nas ‘Cartas’ a seu amigo J. J. P. L. [Joaquim José Pedro Lopes]: “Começo de ler o Manifesto da Junta Apostolica, e seu Commentario, e já não sei que sinto no coração; he tal o tumulto dos sentimentos, que não sei determinar qual delles prevaleça (…). Nenhuma das atrocidades dos primeiros furores da Revolução Franceza, que vemos consignados na História, póde igualar, nem de muito longe, a reflectida malicia de empurrar a esta Junta, ou real, ou fantastica, o Manifesto da Catalunha, lançado no ‘Portuguez’, e commentado pelos do ‘Portuguez’.